Duas tribos indígenas rivais no Brasil criaram uma criptomoeda para combater a exclusão governamental

Duas tribos indígenas no Brasil uniram forças para criar uma criptomoeda para ajudá-los a lutar contra um governo ruim e garantir sua sobrevivência.

Duas tribos indígenas da região norte do Brasil uniram forças para criar uma criptomoeda para salvar seu futuro e ter acesso a uma renda decente após a falta de atenção do governo. As duas tribos são conhecidas por suas rivalidades ancestrais.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é conhecido por seus comentários depreciativos – e até mesmo racistas – sobre os povos indígenas do país, afirmando repetidamente que qualquer atenção às terras indígenas e sua cultura é um desperdício de recursos. Em 12 de abril de 1998, ele disse ao jornal brasileiro “Correio Brasiliense” que era “uma pena que a cavalaria brasileira não fosse tão eficiente quanto a cavalaria americana, que exterminou todos os índios” e durante sua administração, ele trabalhou ativamente para diminuir os benefícios legais dos povos indígenas.

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O que o governo do Brasil divide, uma criptomoeda une

Com isso em mente, não é surpreendente que tribos com rivalidades ancestrais se unam diante de um inimigo comum. No entanto, é surpreendente que uma criptomoeda foi o agente de ligação desta parceria histórica.

A criptomoeda criada pelas tribos é um token utilitário chamado OYX. Foi criado pelo empresário Elias Oyxabaten Surui. Eles esperam emitir 100 milhões de tokens com um preço de venda inicial de 10 reais (pouco menos de US$ 2) cada.

Os lucros permitirão que as tribos adquiram os implementos de que precisam para viver.

Os benefícios irão para as tribos Suruí Paiter e Cintas-Largas. Estas espalhadas pelos estados de Rondônia e Mato Grosso.

A criptomoeda indígena é tecnológica e politicamente boa

Uma das ideias por trás da emissão de um token digital é a facilidade de auditar uma doação. Em primeiro lugar, eles evitam quaisquer práticas corruptas. Em segundo lugar, os doadores podem ter certeza de que seu dinheiro está cumprindo o objetivo que tinham em mente. Além disso, as pessoas podem saber exatamente quanto receberam e em que foram gastos os fundos.

O white paper do token também tem um componente de protesto político. Diante de um governo que se recusa a apoiar seu povo, o povo decidiu se organizar para criar sua própria economia independente:

“Sem ajuda do governo e tendo que lutar contra a mineração ilegal, a pandemia covid-19 e os grileiros da região, os Suruí Paiter e os Cintas-Largas, formam um grupo de cerca de 4.000 pessoas que lutam por renda fixa e condições mínimas de vida.
Fomos deixados sozinhos pelo Governo Federal durante a pandemia do coronavírus. Blockchain é nossa arma hoje, e OYX é o meio para travar e vencer esta guerra sem derramamento de sangue. O povo Cinta-Larga e Suruí não aceitará ser subjugado pelas políticas deste governo.”

A criptomoeda foi lançada durante o evento “Blockchain Connect” no Brasil. Considerando que essa iniciativa é privada, ela pode ter mais chances de sobreviver do que um projeto semelhante de 44 milhões de reais aprovado durante o governo de Michel Temer antes de Bolsonaro assumir o poder.

O Brasil já está considerando lançar sua própria CBDC em 2021. Além disso, seu novo sistema de pagamento PIX já está ativo e promete transações interbancárias instantâneas, quase gratuitas, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Fonte: cryptopotato

Foto de Bruno Lugarini
Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.