A queda do Bitcoin não é preocupante

Como primeiro gestor de ativos público a ter exposição à bitcoin, enquanto esta era cotada em $250, através do Bitcoin Investment Trust (GBTC), a ARK Invest foi alvo de muitas indagações (e de muitas piadas) em setembro de 2015.

Contudo, convictos em suas pesquisas e dadas as reações dos céticos, eles sabiam que estavam diante de algo grande.

Finalizando uma queda apocalíptica de $1250, em novembro de 2013, para $175 em janeiro de 2015, seu valor estabilizou em seu MA de 200 semanas durante os 9 meses seguintes, conforme evidenciado pela linha verde no gráfico abaixo.

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À época, a crise do império europeu reverberava e a Grécia ameaçava deixar a União Europeia, promovendo um aumento no valor da criptomoeda em questão durante estes eventos.

A tendência de seus valores durante estes 9 meses sugeriu que seu ecossistema era muito mais robusto do que os especialistas em mercados tradicionais estavam dispostos a reconhecer.

Além disso, técnicos estavam prestando atenção à sua movimentação, então médias, resistência e apoio (e quedas) eram relevantes.

Apesar do recente mergulho em seu valor, que saiu de $20000 em dezembro de 2017 para menos de $10000 neste mês, ainda há convicção de que a bitcoin é o suprassumo de uma nova classe de ativos, chamados criptoativos, estando aqui pra ficar.

Durante os últimos três anos, criptoativos escalaram $500 bilhões em valor de network, com a bitcoin representando um terço do ecossistema, que hoje abriga mais de 1500 criptomoedas, criptocommodities e criptotokens.

Nascida da convergência de tecnologia, serviços financeiros, economia e outras ciências sociais, esta nova classe de ativos representa um desafio para os profissionais de cada um destes campos, sem falar para o público investidor.

Veterano de guerra

O Bitcoin superou vários “testes de batalha” aos quais foi submetido durante os últimos anos, conforme mostrado no gráfico abaixo, que trata das suas flutuações. Abaixo do gráfico, segue uma linha do tempo mostrando suas provações mais importantes.

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  • O hack à Bitfinex em agosto de 2016 causou uma queda grave, fazendo com que o valor do Bitcoin ficasse abaixo de $500 no dia do ataque, contudo, não foi suficiente para impedir uma forte recuperação. A rápida reviravolta nos valores pareceu ilustrar que os investidores mais antigos entendiam a diferença entre uma falha no software de uma aplicação que utiliza o Bitcoin como base, de uma falha no próprio protocolo. Em outras palavras, a sofisticação do mercado estava aumentando, dando credibilidade ao Bitcoin.
  • crackdown do Banco Popular da China aos miners em 2017 causou mais tumulto, abaixando o valor da bitcoin para $789. Ao final de 2016, a China representava cerca de 95% – por vezes até 99% – do volume diário de transações de bitcoin, causando o temor da mídia mainstream, que afirmou que a referida criptomoeda era totalmente dependente do mercado chinês. Após o banimento chinês (pela segunda vez), seu valor absorveu o impacto, recuperando-se rapidamente. Desta vez, a rápida recuperação no valor mostrou que a bitcoin estava se tornando “anti-frágil” às ações reguladoras dos países, ao mesmo tempo em que Japão e Coreia do Sul endureceram suas regulamentações.
  • A negativa da SEC ao Fundo Fiduciário de Bitcoin dos gêmeos Winklevoss em 2017, fazendo com que no final de semana seguinte o valor caísse para $935… Apresentando uma recuperação logo na segunda-feira, colocando o valor do bitcoin em direção aos $20000. Enquanto muitos apontaram a negativa da SEC como algo negativo, não só o valor do bitcoin se recuperou, como também o mercado de criptoativos presenciou uma agitação ainda não vista. Ether, por exemplo, foi de $15 para $400. Este aumento no valor mostrou que bitcoin e outros criptoativos não são dependentes de mercados tradicionais, sendo capazes de rompe-los.
  • Apesar das inúmeras preocupações sobre escala, forks, adoção pelo mercado, e taxas durante a segunda metade de 2017, o valor do bitcoin aumentou em 20 vezes, chegando a $19,500 em dezembro de 2017. Esta movimentação do valor sugeriu que muito capital estava sendo investido em busca de poucas oportunidades neste estágio inicial da evolução do bitcoin.
  • O movimento de ascensão foi revertido em janeiro de 2018, por conta de preocupações com as questões da Bitfinex e Tether, o maior hack já visto a uma exchange, e a onda de ações reguladoras a criptoativos em diversos lugares do mundo, além de outras pressões.

E agora?

Se técnicos e macro traders globais estão dominando as atividades de troca, como fizeram em 2015, então o valor da bitcoin pode variar em diversos níveis, desde $8350 a $1650… E ainda será um mercado em crescimento.

Além do suporte técnico do bitcoin, descritos nos gráficos abaixo estão:

  • $6400: o movimento médio (MA) dos últimos 200 dias, uma área crítica de suporte, segundo traders.
  • $4600: a última alta significativa, ocorrida em setembro do ano passado.
  • $1700: o MA das últimas 200 semanas, onde o bitcoin estava no início de sua jornada em 2015, marca vista pela última vez em maio do ano passado.

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Se o bitcoin está liderando o caminho para uma nova classe de criptoativo, acredita-se que seus valores nada mais são do que suportes psicológicos, e se tornarão desimportantes em comparação ao seu destino final. Acredita-se que o preço se estabilizará assim que os compradores voltarem e forem mais volumosos que os vendedores.

Adicionando confiança ao sucesso do bitcoin estão os desenvolvedores e as linhas de código que eles fornecem ao avanço da comunidade, sem falar na aguardada Lightning Network.

Enquanto estes fatores estiverem em jogo, assim estará o Bitcoin.

Fonte: CoinDesk

Edição: Webitcoin