Nobuaki Kobayashi confirma os sell-offs anteriores de BTC e BCH

Investidores de Bitcoin que monitoraram as carteiras de criptomoedas associadas à extinta exchange de bitcoin Mt. Gox, buscando possíveis indícios de sell-off, provaram-se certos.

Curador da Mt. Gox confirma a venda de US$230 milhões em Bitcoin

Segundo um documento publicado no site da Mt. Gox, Nobuaki Kobayashi, curador da exchange, vendeu aproximadamente 24658 BTC e 25331 BCH entre os dias 7 de março e 22 de junho, permitindo que a empresa pudesse se encaixar sob o regime de reabilitação civil.

No total, a massa falida recolheu 26 bilhões de ienes, equivalentes a pouco mais de US$230 milhões, obtendo uma média de US$8100 por Bitcoin e US$1190 por Bitcoin Cash, comparados com seus atuais valores de US$6420 e US$438, respectivamente.

Leia mais: ConsenSys começou a utilizar a rede Ethereum para fornecer eletricidade no Texas

Kobayashi afirmou que o propósito da venda era assegurar os interesses de todos os credores do processo de falência, sendo ela requerida antes da entrada em reabilitação civil.

Ele escreveu:

“Devido à venda, o curador já assegurou uma quantidade suficiente de dinheiro para assegurar os interesses dos credores, sob os procedimentos de falência, em conexão com as alegações de que BTC será tratado como item não monetário durante os procedimentos de reabilitação civil. Desta forma, o curador determinou que os interesses já resguardados por meio dos procedimentos de falência poderão assim permanecer sem a necessidade de adotar medidas de asseguramento de lucro, em virtude do Acordo de Confiança, e os valores advindos da venda de BTC não estão incluídos no objeto protegido sob o Acordo de Confiança.”

Transferências anteriores estão conectadas com o sell-off

Kobayashi anteriormente revelou ter vendido mais de US$400 milhões em Bitcoin e Bitcoin Cash em um período de seis meses, sendo este relacionado com a queda do mercado de criptomoedas em relação às suas ATH (marca mais alta da história de um ativo).

Leia mais: Walmart exige que seus fornecedores adotem blockchain até setembro de 2019

Ele enfrentou duras críticas pela forma como conduziu tais vendas. Em vez de utilizar uma corretora de balcão, como faz a maioria dos compradores e vendedores em operações de larga escala, ele vendeu os fundos por meio de livros de ordem em exchanges, potencializando o impacto que as vendas teriam no valor do Bitcoin.

Após as vendas, diversas transações foram realizadas a partir das carteiras da Mt. Gox, transações que coletivamente totalizaram mais de 24 mil BTC e BCH. Com base na revelação de hoje, é seguro concluir que tais transferências foram parte da venda.

Segundo o monitor de carteiras frias da Mt. Gox, carteiras controladas pelo espólio guardam atualmente 137891 BTC e BCH, totalizando US$945 milhões na cotação atual. Estes fundos foram recuperados após a exchange ser fechada em 2014, em virtude de um roubo de US$470 milhões que permaneceu como maior incidente da cripto esfera, até o hack da Coincheck no início do ano.

Traders que guardavam fundos na exchange à época de sua queda devem submeter formulários até 22 de outubro, para que a compensação seja considerada pela massa falida. Agora com a fase de reabilitação civil, a maioria dos credores espera receber suas quantias de volta em criptomoedas, em vez de fiat resultante de outro sell-off massivo. Contudo, a compensação dependerá do plano de reabilitação aprovado pela corte.

Quando a Mt. Gox entrou em reabilitação civil, Kobayashi afirmou que não haviam outros planos para liquidar as criptomoedas restantes da massa falida.

Fonte: CCN