BNB despenca quase 10% na maior queda do ano
O token BNB da Binance caiu quase 10% após a ação judicial da SEC.
O token BNB da Binance despencou quase 10% depois que a Securities and Exchange Commission (SEC) processou a maior exchange de criptomoedas do mundo na segunda-feira, acusando-a de operar ilegalmente nos Estados Unidos. Essa queda representa a maior queda em um único dia este ano, à medida que os reguladores americanos continuam a reprimir as empresas de cripto.
Fatos importantes
O Binance Coin (BNB) caiu 9,82% até as 17h de segunda-feira, atingindo uma mínima de dois meses de US$ 275,29, após cair quase 5% na primeira hora após o anúncio da ação judicial da SEC – a segunda queixa civil contra a exchange de criptomoedas nos últimos meses, após uma ação anterior da Commodity Futures Trading Commission (CFTC).
O valor do BNB agora caiu quase 12% na última semana e mais de 18% desde abril, de acordo com dados da CoinGecko.
A Binance não é a única criptomoeda em queda na segunda-feira: o Bitcoin caiu mais de 5,5% para uma mínima de dois meses de US$ 25.620, enquanto o Ethereum caiu quase 5% para US$ 1.803 e o Dogecoin caiu mais de 8%, ficando abaixo de 7 centavos.
Informações adicionais
A SEC alega que a Binance e seu fundador, Changpeng Zhao, usaram indevidamente os fundos dos clientes, desviando-os em alguns casos para uma entidade chamada Sigma Chain, de propriedade de Zhao, que realizava “negociações manipulativas” para inflar o volume de negociações na exchange de criptomoedas.
A reclamação também afirma que, embora a Binance e Zhao tenham afirmado que a subsidiária da empresa nos EUA era um site de negociação independente, na realidade eles a controlavam nos bastidores, e a empresa supostamente permitiu que alguns clientes dos EUA usassem a principal exchange da Binance. Zhao negou as acusações, chamando o processo de “injustificado” e mais uma das “ações equivocadas” da SEC contra o setor de criptomoedas.
Contexto importante
A Binance enfrentou uma série de problemas legais nos últimos meses, enquanto os mercados de criptomoedas permanecem instáveis desde a queda no outono passado, com preocupações sobre um mercado baixista prolongado, chamado de “inverno das criptomoedas”. Em março, a CFTC entrou com uma ação em um tribunal federal de Chicago, alegando que a Binance e Zhao ofereciam futuros de criptomoedas e outros derivativos para residentes dos EUA sem registrar essas ofertas junto à CFTC.
A ação também alega que o ex-diretor de conformidade da empresa, Samuel Lim, ajudou e incentivou as violações da Binance à lei dos EUA. A Binance também foi criticada por transferências internas de ativos entre agosto e dezembro de 2022, envolvendo cerca de US$ 1,8 bilhão, que foram movimentados para fundos de hedge sem informar seus clientes, que foram informados que os tokens estavam 100% garantidos, conforme relatado pela Forbes em fevereiro. Essas transferências internas se assemelharam às movimentações internas da empresa de criptomoedas falida FTX.
Em novembro, a Binance também desistiu de um acordo não vinculante para adquirir as operações fora dos EUA da FTX, citando problemas de liquidez da empresa que estavam “além do nosso controle ou capacidade de ajudar”, depois que os usuários da FTX retiraram bilhões de dólares em criptomoedas da plataforma.
Contraponto
A Binance não é a única empresa de criptomoedas enfrentando acusações das autoridades americanas. Em dezembro, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, foi acusado de oito crimes, incluindo fraude eletrônica contra clientes e credores, lavagem de dinheiro e violação das leis de financiamento de campanhas nos EUA, depois de ser preso nas Bahamas nas semanas após o colapso repentino da FTX.
Bankman-Fried, que negou as acusações e se declarou inocente das acusações, supostamente defraudou os clientes redirecionando seus depósitos para pagar despesas na empresa de negociação de criptomoedas Alameda Research, que ele cofundou. A SEC também planeja tomar medidas legais contra a Coinbase por supostas violações das leis de proteção ao investidor, de acordo com um aviso da SEC entregue à Coinbase, segundo o Wall Street Journal.