Mineradora de Bitcoin Riot Platforms explora IA para diversificar receitas e reduzir dependência do mercado cripto
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Com o aumento da dificuldade de mineração de Bitcoin e a queda nas receitas, a Riot Platforms, uma das principais empresas de mineração cripto, está buscando novas fontes de receita além da mineração tradicional. A empresa anunciou que está explorando parcerias nos setores de inteligência artificial (IA) e computação de alto desempenho (HPC) para utilizar melhor sua infraestrutura de energia e data centers.
Iniciativas estratégicas da Riot
A Riot está focada em aproveitar seu Centro de Corsicana, no Texas, onde já recebeu interesse de possíveis parceiros para implementar novas soluções em IA. Segundo o CEO Jason Les, essa é uma estratégia para “maximizar o valor de todos os ativos” da empresa. Além disso, três novos diretores foram nomeados para apoiar essas iniciativas: Jaime Leverton (CEO da Hut 8 Mining), Doug Mouton (ex-engenheiro da Meta) e Michael Turner (especialista em investimentos imobiliários).
Esses movimentos refletem uma tendência crescente no setor de mineração de Bitcoin. Outras empresas, como a Hut 8 e a Core Scientific, estão reutilizando suas operações para atender à demanda por IA, diversificando suas atividades e reduzindo a dependência das oscilações de preço do Bitcoin.
Contexto de mercado
O aumento na dificuldade da rede Bitcoin atingiu um recorde de 114,7 terahashes em fevereiro de 2025, de acordo com dados da CoinWarz, colocando maior pressão sobre os mineradores. Além disso, o preço dos equipamentos de mineração caiu, com receitas médias caindo para US$ 10,4 por dia, mesmo com uma margem operacional de 60% para modelos como o Antminer S21+ Hydro.
Diante desse cenário desafiador, a Riot também alertou que não há garantia de que sua infraestrutura seja adequada para conversões para IA ou que as negociações com parceiros serão bem-sucedidas.
IA e segurança cibernética
Enquanto a Riot e outras empresas buscam oportunidades na IA, o setor também enfrenta desafios com o uso dessa tecnologia para fraudes. A Chainalysis destacou um aumento nas fraudes habilitadas por IA, como o pagamento autorizado sob falsos pretextos (APP). Plataformas como Huione estão sendo usadas para vender ferramentas de IA que ajudam fraudadores a criar identidades falsas e enganar usuários.
Vendors na plataforma Huione, por exemplo, oferecem serviços de “mudança de rosto” por US$ 200 em criptomoedas, sugerindo o uso ativo por fraudadores. Em 2024, Huione lançou sua stablecoin USDH e um projeto de blockchain, Xone, ambos promovidos como resistentes a regulações.
Elad Fouks, da Chainalysis, destacou que a IA está permitindo fraudes mais baratas e escaláveis, o que representa uma ameaça significativa para instituições financeiras. A análise on-chain de 2024 identificou mais de 2.300 transferências entre scammers, fornecedores de infraestrutura e serviços de IA.