União Europeia fornece celulares descartáveis a funcionários em viagem aos EUA em meio a preocupações com espionagem

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A União Europeia está fornecendo celulares descartáveis e laptops básicos a funcionários que viajam aos Estados Unidos a trabalho. A medida de segurança, comum para funcionários que visitam regiões como Rússia ou China, onde se espera vigilância eletrônica, tem como objetivo impedir tentativas de espionagem.

Um funcionário da União Europeia disse ao Financial Times: “A aliança transatlântica acabou.”

De acordo com o The Register, autoridades da União Europeia devem visitar Washington DC na próxima semana para participar das reuniões de primavera realizadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Grupo Banco Mundial. Caso nada mude até lá, eles provavelmente serão os primeiros a operar sob a nova política.

Além disso, os funcionários são orientados a desligar seus celulares na fronteira e armazená-los em capas especiais que protegem contra táticas de vigilância, caso fiquem fora de vista. Se fosse comigo, eu simplesmente deixaria qualquer celular, tablet ou computador pessoal em casa nessa situação.

A Casa Branca e o Conselho de Segurança Nacional dos EUA não comentaram sobre o assunto quando questionados. A Comissão Europeia confirmou que suas recomendações de segurança foram atualizadas, mas não revelou os detalhes da nova política.

Luuk van Middelaar, diretor do Instituto de Geopolítica de Bruxelas, afirmou que as novas medidas de segurança não são surpreendentes. “Washington não é Pequim nem Moscou, mas é um adversário propenso a usar métodos extralegais para promover seus interesses e seu poder”, disse ele à publicação.

Segundo van Middelaar, não se trata de algo novo ou relacionado a partidos políticos. “Administrações democráticas usam as mesmas táticas”, afirmou, referindo-se a um incidente de 2013 em que os EUA — sob o governo Obama — foram acusados de espionar o celular da chanceler alemã Angela Merkel.

Como destaca o India Today, agentes de fronteira nos EUA têm o direito de inspecionar dispositivos móveis de visitantes que entram no país e podem até confiscá-los. Há relatos de pessoas que foram impedidas de entrar nos Estados Unidos após postagens críticas ao governo Trump serem encontradas em seus perfis de redes sociais.

A tensão entre os EUA e a União Europeia tem sido alta desde que Trump reassumiu a presidência em janeiro.

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Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.