Bitcoin: Entenda porque o rali atual pode ser o mais sustentável da história

Movimentos no mercado à vista, métricas on-chain saudáveis e crescente interesse institucional sugerem que o atual ciclo de alta do Bitcoin está longe de terminar.
O Bitcoin vive um momento distinto e promissor em seu atual ciclo de valorização. Diferente de ralis anteriores marcados por explosões especulativas e correções abruptas, a atual fase aponta para um crescimento mais estável e fundamentado, com sinais claros de que o mercado está sendo guiado por demanda genuína e não apenas por alavancagem excessiva.
O protagonismo do mercado à vista
Desde meados de abril, o volume de compras no mercado à vista superou significativamente o das operações em derivativos. Dados do relatório Bitfinex Alpha mostram que o Spot Cumulative Volume Delta (CVD) atingiu mais de US$ 45 milhões por dia nas principais exchanges, coincidindo com a escalada do BTC de US$ 75 mil para acima de US$ 104 mil. Essa movimentação revela que o avanço da criptomoeda tem como base fluxos reais de capital e não apenas apostas especulativas de curto prazo.
Enquanto isso, o mercado de derivativos tem se mostrado mais cauteloso. O prêmio do mercado à vista — diferença entre o preço spot e os contratos futuros/perpétuos — permanece positivo, indicando uma preferência crescente por compras diretas de BTC. Além disso, a redução do interesse aberto em futuros revela que posições vendidas excessivamente alavancadas estão sendo liquidadas, limpando o caminho para uma estrutura de mercado mais saudável.
Um rali sem superaquecimento
Segundo a CryptoQuant, o atual rali do Bitcoin mostra ausência dos típicos sinais de superaquecimento vistos em topos anteriores. O volume de compras no mercado, especialmente na Binance, está subindo de forma gradual, sem os picos extremos que historicamente precederam correções. As taxas de financiamento seguem estáveis, o que aponta para um equilíbrio entre comprados e vendidos — uma característica de ciclos de alta mais duradouros.
A capitalização realizada do BTC, que atingiu um recorde de US$ 906 bilhões, também reforça essa tese. Desde 8 de maio, cerca de US$ 14,4 bilhões entraram no mercado, com destaque para grandes investidores (carteiras com 100 a 1.000 BTC), que ampliaram seus saldos em 122.540 BTC. Até mesmo a BlackRock aumentou suas posições em mais de 10 mil BTC, sinalizando que o capital institucional continua engajado.
Sinais de acumulação e otimismo institucional
A retirada de grandes volumes de BTC e ETH de exchanges — mais de 3 mil BTC e 246 mil ETH em poucos dias — reforça o padrão de acumulação, reduzindo o risco de vendas abruptas e preparando o terreno para uma possível nova alta, caso a demanda continue. Além disso, o índice MVRV, atualmente em 2,33, permanece abaixo do nível crítico de 2,75, o que historicamente indica que ainda há espaço para valorização antes que os investidores sintam pressão para realizar lucros.
No horizonte macro, eventos como a próxima reunião do Fed, a política tarifária de Trump e propostas regulatórias em tramitação no Congresso americano prometem movimentar ainda mais o mercado. Opções com vencimento em 27 de junho mostram apostas agressivas em níveis de preço de US$ 110 mil a US$ 120 mil, sugerindo que os investidores não esperam um próximo semestre tranquilo — ao contrário do padrão histórico de baixa atividade no terceiro trimestre.