Bitcoin: Mesmo com queda no dia, indicadores on-chain e interesse institucional apontam nova perna de alta

Apesar de instabilidades políticas e correções pontuais, dados indicam que o atual ciclo de alta do Bitcoin está longe de terminar.
O Bitcoin vive um dos momentos mais expressivos de sua história. Após atingir uma nova máxima acima dos US$ 111 mil nesta semana, a criptomoeda enfrenta leves correções, mas os sinais on-chain e o comportamento dos investidores sugerem que a tendência de alta ainda tem fôlego para continuar.
Entre os indicadores mais relevantes, está a queda no Mean Dollar Age — a idade média em dólares das moedas em circulação. Segundo a Santiment, essa métrica caiu de 441 para 429 dias desde meados de abril, o que historicamente indica que grandes detentores (as chamadas “whales”) estão movimentando seus BTCs. Esse comportamento foi registrado em ciclos de alta anteriores e agora reforça a narrativa de que estamos diante de um bull market de proporções inéditas.
Além disso, dados da Glassnode mostram que, apesar do novo topo histórico, o volume de lucros realizados permanece moderado, girando em torno de US$ 1 bilhão — menos da metade do registrado quando o BTC ultrapassou os US$ 100 mil em dezembro de 2024. Isso sugere que muitos investidores ainda estão confiantes no potencial de valorização e optam por manter suas posições.
Comportamento de investidores também sinaliza otimismo
Outro dado interessante é a predominância de moedas jovens em circulação: 76,9% do volume de BTC negociado tem menos de um mês de idade, enquanto o percentual de moedas com mais de seis meses caiu para 13,4%. Essa dinâmica reforça a ideia de que investidores de longo prazo estão evitando vender, ao passo que novos participantes estão ativos no mercado.
Esse comportamento é reforçado pelo Taker Buy Volume, que voltou à zona verde após meses em queda. A métrica, que indica o volume de ordens de compra agressivas no mercado à vista, sinaliza que os compradores estão reassumindo o controle — mesmo com o Bitcoin em níveis historicamente altos.
Instituições e liquidez global sustentam o momento
A crescente correlação entre o preço do Bitcoin e a oferta global de dinheiro (M2) também dá pistas sobre o que esperar. Projeções do M2 indicam continuidade na expansão da liquidez, o que historicamente antecipa movimentos de alta no mercado cripto.
Somado a isso, o apetite institucional segue firme. Um exemplo é a estratégia de financiamento da empresa Strategy, que levantou US$ 2,1 bilhões com a venda de ações preferenciais para comprar mais BTC. Além disso, opções de compra para setembro com strike em US$ 130 mil estão sendo negociadas com força, o que mostra otimismo entre investidores profissionais.
Correção causada por tensão geopolítica
Apesar da tendência positiva, o mercado sofreu um baque recente com declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, propondo uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de junho. A fala teve impacto imediato: o BTC caiu de US$ 111 mil para abaixo dos US$ 109 mil, e mais de US$ 450 milhões foram liquidados em posições alavancadas. Ainda assim, o contexto macro e os fundamentos técnicos permanecem favoráveis à continuidade da alta.
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