Principais bancos dos EUA consideram parceria para lançar stablecoin, diz reportagem

Vários dos maiores bancos dos Estados Unidos estariam em discussões iniciais sobre um projeto conjunto de stablecoin para competir com a indústria cripto, segundo informou o Wall Street Journal em 22 de maio, citando fontes próximas ao assunto.
Os bancos envolvidos nas conversas incluem JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo e outros, além de empresas de pagamentos controladas pelos próprios bancos, como a Early Warning Services (operadora do Zelle) e a Clearing House.
Segundo a reportagem, a iniciativa ainda está em fase conceitual e depende de legislações futuras sobre stablecoins, além da demanda de mercado.
Todo mundo quer um pedaço do bolo.
JP Morgan, Wells Fargo e Citi Bank querem lançar sua própria stablecoin respaldada por bancos dos EUA.
Isso pode ser ótimo para a adoção.
Horrível para a descentralização.
Mas o cripto não vai desaparecer.
— Kyle Chassé / DD (@kyle_chasse)
Bancos tentando recuperar o tempo perdido
A notícia surge poucos dias após o avanço de uma legislação chave sobre stablecoins no Congresso dos EUA. Em 20 de maio, o projeto de lei Guiding and Establishing National Innovation for US Stablecoins (GENIUS Act) foi aprovado em votação no Senado, abrindo caminho para debates em plenário.
Os bancos americanos estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de que, sob o governo Trump, as stablecoins se tornem amplamente adotadas, ameaçando seus depósitos, volume de transações e, consequentemente, seus lucros — especialmente se empresas de tecnologia entrarem nesse mercado.
Em março, a plataforma DeFi da família Trump, World Liberty Financial, anunciou planos para lançar sua própria stablecoin. Os bancos agora correm atrás do prejuízo após o cerco regulatório ao setor cripto ocorrido dois anos atrás.
Eles também enxergam nas stablecoins uma forma eficiente de acelerar transações rotineiras, como pagamentos internacionais, que atualmente podem levar dias para serem concluídos pelos sistemas tradicionais.
“O fato de as grandes potências de Wall Street estarem considerando unir forças para emitir sua própria stablecoin é mais um sinal de que as finanças tradicionais e as criptos estão se aproximando”, afirmou o Wall Street Journal.
Uma ameaça às emissoras de stablecoins?
O fundador da BitMEX, Arthur Hayes, sugeriu que esse movimento pode representar o fim de emissores de stablecoins como a Circle:
Bye bye Circle. Obrigado por participar.
— Arthur Hayes (@CryptoHayes)
No entanto, na prática, é improvável que os bancos dos EUA consigam competir com as stablecoins globais, que estão disponíveis para qualquer pessoa. Isso porque, para usar os produtos bancários, será provavelmente necessário ter uma conta bancária nos EUA e cumprir todas as restrições associadas.
Enquanto isso, o mercado de stablecoins cripto está atualmente avaliado em US$ 248 bilhões, representando cerca de 7% de todo o mercado cripto. No início deste mês, a liquidez das stablecoins atingiu um recorde de US$ 220 bilhões, segundo o site CryptoPotato.
No início de maio, pesquisadores do Tesouro dos EUA previram que o mercado de stablecoins pode crescer mais de 8 vezes até 2028, atingindo cerca de US$ 2 trilhões.