Guilherme Nazar destaca avanço da institucionalização cripto no TokenNation Brasil

Guilherme Nazar no Tokennation Brasil

Adoção e regulação impulsionam o setor, com stablecoins e tokenização como futuras tendências.

Guilherme Nazar, VP da Binance na América Latina, destaca avanço da institucionalização cripto no evento TokenNation Brasil 2025, na Bienal do Parque Ibirapuera, São Paulo.

No dia 4 de maio, Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, participou do TokenNation Brasil, em São Paulo, para compartilhar sua visão sobre os “15 anos da primeira compra com bitcoin: como as criptomoedas entraram na rotina das pessoas”. Durante sua apresentação, Nazar destacou os marcos dessa trajetória e analisou o atual momento do setor, marcado pela crescente institucionalização do mercado cripto e pela recente integração do Pix ao Binance Pay, reforçando o compromisso da exchange com os usuários cripto no Brasil.

Da mineração à institucionalização: os ciclos de evolução cripto

Segundo Nazar, é possível dividir a jornada do bitcoin e das criptomoedas em diferentes fases. No início, o movimento era liderado por desenvolvedores e entusiastas da mineração. Em seguida, surgiram as primeiras plataformas P2P e exchanges, com empresas buscando se posicionar como agentes de inovação.

Hoje, vivemos um novo ciclo que, segundo ele, não está ligado apenas ao preço dos ativos, mas à adoção institucional e à regulação.

Estamos vivendo o mesmo ciclo iniciado com a aprovação dos ETFs Spot, em janeiro de 2024. Não é mais sobre preço, e sim sobre legitimidade regulatória”, afirmou.

O ciclo atual: a adoção institucional

Para o executivo, o momento atual é marcado por uma mudança significativa de percepção. Empresas, instituições financeiras e até governos passaram a incorporar as criptomoedas em suas estratégias e narrativas. “Hoje, essas instituições não apenas falam sobre cripto, como já recomendam que pessoas destinem parte de sua renda para investir no setor“, explicou.

Nazar também destacou que a indústria está mais aberta ao debate regulatório em diferentes países, reforçando que cripto já está enraizado na sociedade, na economia e no sistema financeiro global.

A visão da Binance sobre a nova fase

Durante sua fala, o VP da Binance enfatizou que muitas pessoas ainda enxergam as criptomoedas apenas como um ativo de mercado de capitais. No entanto, a criptoeconomia está indo além, integrando-se a produtos financeiros tradicionais e transformando a forma como o mercado lida com investimentos.

O curioso é que essa adoção começou com o varejo e agora vemos os grandes bancos entrando no setor. É o caminho oposto ao que acontece no mercado financeiro tradicional”, disse Nazar. Ele também compartilhou um dado expressivo: dos 21 milhões de bitcoins, cerca de 65% já estão nas mãos de investidores institucionais.

Apesar disso, ele reforçou que o varejo continua sendo o coração da indústria. “A base da Binance ainda está fortemente ancorada no investidor individual, que segue sendo o pilar fundamental dessa revolução”, concluiu.

Casos de uso que mais se destacam e o papel das stablecoins

As stablecoins são, conceitualmente, simples: representam a eficiência da tecnologia blockchain atrelada a um produto financeiro cuja maioria tem lastro em moedas fiduciárias, como o dólar. No entanto, seu impacto pode ser profundamente transformador, especialmente nos mercados de câmbio e nas remessas internacionais. Na visão de Nazar, elas já promovem uma revolução positiva ao democratizar o acesso ao dólar de forma prática e acessível.

Hoje, é possível pagar praticamente qualquer coisa com criptomoedas: mensalidades escolares, medicamentos, viagens, até mesmo dividir uma conta com amigos. Com a integração do Binance Pay ao Pix, usuários já conseguem fazer pagamentos em reais via Pix utilizando cripto, em qualquer estabelecimento que aceite essa forma de pagamento.

Além dos pagamentos e remessas, outro campo promissor é a tokenização de ativos reais — como imóveis, contratos e até mesmo transações financeiras. “Acredito fortemente que a economia será completamente tokenizada. A única dúvida é quando isso se consolidará”, afirmou Nazar. Ele também destacou o potencial da blockchain para oferecer total rastreabilidade, o que pode transformar a forma como indivíduos e instituições prestam contas, garantindo transparência e confiabilidade em cada transação.

O que esperar dos próximos 15 anos de cripto

Para Guilherme Nazar, o futuro do setor será diferente do que foi até aqui. “A capacidade da indústria cripto de se reinventar, criar novos protocolos e desenvolver casos de uso concretos é inegável. E isso é um caminho sem volta”, declarou. Ele projeta que, a partir de 2026, haverá um movimento ainda mais forte de entrada de grandes investidores institucionais no mercado, marcando uma nova fase de consolidação e expansão para o ecossistema cripto.