Tesouros centralizados de Bitcoin (BTC) agora detêm quase 1/3 do suprimento total

Empresas privadas apresentam uma distribuição mais descentralizada de Bitcoin, o que indica uma adoção mais ampla em comparação com o controle concentrado observado nos setores institucionais.
Atualmente, os tesouros centralizados de Bitcoin detêm 30,9% do suprimento total em circulação, de acordo com um novo relatório da Gemini. Essa concentração, que abrange 216 entidades incluindo governos, fundos negociados em bolsa (ETFs), empresas públicas e privadas, corretoras centralizadas e contratos DeFi, indica uma crescente maturidade institucional e adoção.
A quantidade total de BTC detida por grandes entidades institucionais e de custódia disparou para 6.145.207 BTC atualmente, o que representa um aumento impressionante de 924% na última década. Esse crescimento rápido demonstra como os players centralizados vêm acumulando uma fatia cada vez maior do suprimento da rede, remodelando a estrutura de propriedade do Bitcoin em favor da dominância institucional.
Maturação do mercado
Segundo um relatório conjunto da Gemini e da Glassnode, apenas três entidades dominam a adoção institucional de Bitcoin em várias categorias, detendo entre 65% e 90% do total de BTC nas mãos dessas instituições. Essa concentração reflete como os primeiros participantes moldaram a direção estratégica e a legitimidade do Bitcoin dentro das finanças institucionais.
Por outro lado, as participações de empresas privadas são mais distribuídas, indicando uma base de adoção mais ampla nesse nível. Embora essa dominância possa diminuir com a expansão da participação institucional, os líderes iniciais continuam desempenhando um papel central na atração de capital e no posicionamento do Bitcoin como um ativo macro confiável dentro das finanças tradicionais.
A custódia tem gradualmente migrado das corretoras centralizadas para ETFs, fundos e protocolos DeFi, que agora atuam como as principais portas de entrada para o mercado à vista. Embora os saldos nas exchanges centralizadas tenham diminuído nos últimos dois anos, isso não sinaliza uma restrição no suprimento.
Na verdade, grande parte desse Bitcoin foi transferida para veículos de custódia como os ETFs de Bitcoin dos EUA. As participações combinadas desses custodians à vista permaneceram relativamente estáveis, variando entre 3,9 milhões e 4,2 milhões de BTC desde junho de 2021. Isso indica uma realocação, e não uma redução no suprimento circulante.
Apesar da estabilidade nas participações totais, esses custodians exercem influência significativa sobre a ação de preço, sendo sensíveis às mudanças do mercado. Os fluxos mensais de entrada e saída podem variar drasticamente, em até 10 bilhões de dólares, tornando essas entidades atores-chave na trajetória de curto prazo do BTC, mesmo com o mercado à vista se tornando mais institucionalizado e regulado.
Tesouros soberanos de BTC
As reservas governamentais de Bitcoin cresceram significativamente, principalmente nos Estados Unidos, China, Reino Unido e Alemanha, onde a maioria das aquisições ocorre por meio de ações legais, e não por compras de mercado.
Os EUA se destacam com mais de 200.000 BTC, grande parte proveniente de apreensões realizadas por órgãos de segurança. Entre elas estão 69.369 BTC apreendidos no caso Silk Road em novembro de 2027 e 94.643 BTC recuperados do ataque à Bitfinex em fevereiro de 2022.
Após uma breve redução, parte do saldo remanescente do governo dos EUA foi formalmente convertido em uma Reserva Estratégica de Bitcoin (SBR) após uma ordem executiva do presidente Donald Trump em 6 de março.
No Reino Unido, o Bitcoin foi apreendido pela Agência Nacional de Crimes em operações contra cibercriminosos. Na China, após a proibição de atividades cripto, foram confiscados mais de 194.000 BTC em novembro de 2020 na repressão ao esquema Ponzi PlusToken.
A Alemanha também acumulou Bitcoin por meio de investigações criminais, mas liquidou oficialmente todas as suas participações até 29 de abril. Essas reservas soberanas formam uma categoria única no ecossistema cripto: em grande parte inativas, mas com potencial de influenciar os mercados caso sejam movimentadas.