Empresas apostam bilhões em Bitcoin enquanto Saylor propõe adoção soberana no Paquistão
Multinacionais como Strategy e Metaplanet ampliam suas reservas de Bitcoin em ritmo acelerado, enquanto países emergentes começam a avaliar o ativo como estratégia econômica nacional.
A corrida corporativa por Bitcoin ganhou novo fôlego em junho de 2025, com empresas de diferentes partes do mundo intensificando suas aquisições do ativo digital. Liderando esse movimento está a Strategy, comandada por Michael Saylor, que anunciou a compra de mais 10.100 BTC, ao custo de aproximadamente US$ 1,05 bilhão, elevando suas reservas totais para impressionantes 592.100 BTC. Com um preço médio de compra de US$ 70.666 por unidade e considerando a cotação atual de US$ 107.000, a companhia já registra um ganho não realizado de mais de US$ 21 bilhões.
A mais recente aquisição foi significativamente maior que as anteriores — de US$ 75 milhões e US$ 110 milhões — e ocorreu apesar de tensões geopolíticas envolvendo Israel e Irã. Paralelamente, Saylor vem ampliando sua atuação internacional ao sugerir a adoção do Bitcoin como ativo de reserva soberana em países emergentes. Em visita recente ao Paquistão, ele se reuniu com autoridades como o Ministro das Finanças Muhammad Aurangzeb e o Ministro de Blockchain Bilal Bin Saqib. Durante o encontro, elogiou a abordagem progressista do país e destacou a oportunidade histórica de utilizar o Bitcoin como ferramenta de fortalecimento econômico de longo prazo.
O Paquistão, por sua vez, já iniciou passos concretos nesse sentido com a criação do Pakistan Crypto Council (PCC), órgão responsável por desenvolver políticas públicas para o setor. O governo expressou o desejo de posicionar o país como líder no Sul Global em inovação e adoção de ativos digitais, buscando atrair investimentos internacionais e estruturar um ecossistema financeiro moderno e seguro.
Enquanto a Strategy amplia seu protagonismo global, outras empresas também aceleram suas estratégias de acumulação de Bitcoin. A japonesa Metaplanet, por exemplo, atingiu a marca de 10.000 BTC após adquirir mais 1.112 unidades por cerca de US$ 117 milhões. Para financiar suas compras, a empresa tem utilizado instrumentos como emissão de bônus zero cupom e venda de ações com desconto, em um plano ambicioso que visa acumular até 210.000 BTC até o final de 2027. Atualmente, com ganhos expressivos no trimestre e um BTC Yield de 87,2% no segundo trimestre de 2025, a Metaplanet já supera holdings de empresas como Coinbase.
Esse movimento não se limita a Strategy e Metaplanet. Um número crescente de companhias públicas está alocando parte de seus tesouros em Bitcoin, somando mais de 800.000 BTC distribuídos entre 117 empresas. Entre as novas participantes está a Mercurity Fintech Holding, que anunciou a captação de US$ 800 milhões para estabelecer sua própria reserva de Bitcoin, além de explorar soluções de finanças tokenizadas e custódia institucional. A corretora norueguesa K33 também aderiu ao modelo, adquirindo BTC com recursos levantados via empréstimos sem juros e emissões de ações.