Empresas intensificam corrida por Bitcoin com compras bilionárias

Strategy e Metaplanet ampliam reservas e adotam planos agressivos de acumulação e expansão com base em Bitcoin.
A movimentação institucional no mercado de Bitcoin voltou a ganhar força com a revelação de novas compras expressivas por parte de duas gigantes: Strategy, liderada por Michael Saylor, e a japonesa Metaplanet. Juntas, as companhias adquiriram mais de 5.000 BTC em meio à disparada do preço da criptomoeda, que atualmente supera os US$ 121 mil.
Strategy ultrapassa 600 mil BTC e lucra bilhões
A Strategy confirmou a compra de 4.225 bitcoins por cerca de US$ 472,5 milhões, ao preço médio de US$ 111.827 por unidade. Com isso, a companhia acumula um total de 601.550 BTC, adquiridos ao longo dos anos a um custo médio de US$ 71.268 por moeda. Com a cotação atual, a empresa detém um lucro não realizado estimado em US$ 30 bilhões.
Michael Saylor, fundador e ex-CEO da Strategy, comentou sobre a compra em tom provocativo nas redes sociais: “algumas semanas, você não apenas HODLa”. A aquisição foi provavelmente concluída na semana anterior, quando o preço do BTC ainda girava em torno de US$ 112 mil, antes de sua disparada recente.
A empresa segue firme em sua estratégia de acumulação agressiva desde a eleição presidencial dos EUA em 2024 e se tornou a maior detentora corporativa de Bitcoin no mundo.
Metaplanet acelera acúmulo e mira 1% do suprimento global
Do outro lado do mundo, a japonesa Metaplanet também deu mais um passo em sua estratégia ambiciosa ao adquirir 797 BTC por aproximadamente US$ 93 milhões, a um preço médio de US$ 117 mil por unidade. Com isso, a empresa eleva seu total para 16.352 BTC, avaliados em cerca de US$ 1,64 bilhão.
A empresa, que antes operava no setor hoteleiro e agora atua como gestora de ativos em Bitcoin, declarou que pretende controlar até 210 mil BTC até 2027 — o equivalente a cerca de 1% da oferta máxima de 21 milhões de unidades.
Segundo o CEO Gerovich, a meta é alcançar uma espécie de “velocidade de escape” que torne impossível para outras empresas alcançarem a Metaplanet em termos de reservas. “Estamos em uma corrida do ouro do Bitcoin”, disse, destacando que a empresa não pretende vender os ativos acumulados.
Planos de expansão com base em BTC
Além de acumular, a Metaplanet planeja usar seus bitcoins como colateral para financiar a compra de negócios lucrativos — incluindo, possivelmente, um banco digital no Japão. A empresa já avalia mecanismos alternativos de financiamento, como a emissão de ações preferenciais, evitando dívidas que dependam da volatilidade de mercado.
Esse tipo de operação, que ainda é raro no sistema bancário tradicional, vem ganhando espaço com iniciativas-piloto de instituições como o Standard Chartered, que testam o uso de criptoativos em estruturas de crédito.