GPT-5: A nova fase da inteligência artificial da OpenAI

Novo modelo da OpenAI, GPT-5 traz melhorias em precisão e segurança, mas sem salto revolucionário no setor.
A OpenAI lançou nesta semana o GPT-5, sua mais recente versão do modelo de linguagem que alimenta o ChatGPT, atualmente utilizado por cerca de 700 milhões de pessoas semanalmente. Disponível tanto para usuários gratuitos quanto para assinantes, o GPT-5 chega com avanços em capacidade de processamento, redução de erros e integração com ferramentas externas, mas sem representar uma mudança radical em relação ao seu antecessor, o GPT-4.
Uma das novidades é o sistema que distribui automaticamente as consultas entre diferentes versões do modelo — GPT-5 completo para tarefas complexas, e versões menores, chamadas Mini e Nano, para demandas mais simples ou ambientes que exigem rapidez e baixo consumo de recursos. Embora a experiência do usuário seja fluida, não há transparência sobre qual versão está sendo usada em cada momento.
Segundo a OpenAI, o GPT-5 apresenta uma redução de cerca de 80% nos chamados “hallucinations” — quando a IA gera respostas erradas ou fabricadas — em comparação ao GPT-4. Outra mudança importante é que o sistema passou a reconhecer quando não possui informação suficiente para responder, admitindo “não sei” em vez de tentar “bluffar”, como acontecia em versões anteriores.
Além disso, o novo modelo incorpora um sistema de moderação mais sofisticado chamado “Safe Completions”, que visa fornecer respostas seguras mesmo para perguntas que podem envolver conteúdos sensíveis ou perigosos, evitando a entrega direta de informações que possam ser usadas de forma inadequada.
No aspecto prático, o GPT-5 também ganhou a capacidade de se integrar a serviços do Google, como Gmail e Google Calendar, possibilitando que a IA realize tarefas mais automáticas e personalizadas para usuários pagos. Essa funcionalidade, porém, levanta preocupações sobre privacidade e segurança, principalmente após relatos recentes de vulnerabilidades que permitiram o vazamento de dados em plataformas na nuvem.
Embora o lançamento tenha sido vendido pela OpenAI como um avanço rumo à chamada inteligência artificial geral (AGI), especialistas e usuários mais técnicos apontam que o GPT-5 representa uma evolução incremental, com melhorias focadas em segurança, velocidade e uso prático, mas sem um salto disruptivo.
No mercado, a OpenAI enfrenta concorrência crescente de outras empresas, como Anthropic, Google DeepMind e Meta, que também têm lançado modelos avançados de IA. Para se manter competitiva, a OpenAI disponibilizou o GPT-5 gratuitamente para todos os usuários do ChatGPT, ao mesmo tempo em que oferece versões pagas com recursos adicionais e preços agressivos para empresas.
Financeiramente, a empresa segue operando com prejuízo, mas com forte crescimento em receita — estimada para ultrapassar US$ 20 bilhões neste ano. O CEO Sam Altman afirmou que a prioridade será continuar investindo pesado em pesquisa e infraestrutura, mesmo que isso adie a lucratividade.