Open Finance e a personalização de produtos

Open Finance e a personalização de produtos

Open Finance e a personalização de produtos: como a GenAI tem contribuído com o setor bancário

A personalização deixou de ser um diferencial para se tornar uma exigência no setor financeiro. Com consumidores mais conectados, exigentes e conscientes de seu poder de escolha, a disputa está cada vez mais acirrada na experiência do cliente, onde os bancos têm buscado maneiras cada vez mais sofisticadas de oferecer produtos e serviços que dialoguem com as necessidades individuais de cada cliente. E, para facilitar esse cenário, o Open Finance e o avanço das tecnologias de Inteligência Artificial (IA), especialmente a Inteligência Artificial Generativa (GenAI), vêm desempenhando um papel central.

Segundo a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, a personalização no setor bancário está sendo impulsionada por três grandes vetores: os dados compartilhados via Open Finance (79%), a possibilidade de customização direta pelo cliente (64%) e o uso de análises preditivas com IA (64%) para ofertas mais assertivas. Esses números evidenciam uma transformação profunda: os bancos estão deixando de oferecer soluções genéricas para atuar de forma cada vez mais proativa e inteligente na vida financeira de seus usuários.

O Open Finance, ao abrir o acesso a dados bancários previamente isolados entre instituições, se tornou o combustível dessa nova era. Com mais dados disponíveis — e com o consentimento do cliente — é possível entender de forma integral o comportamento financeiro do consumidor, antecipar suas necessidades e propor soluções personalizadas em tempo real. O resultado é uma experiência muito mais fluida, relevante e de valor para o usuário.

Mas não basta ter dados. É preciso saber o que fazer com eles. É aí que entram a IA e a GenAI. Uma pesquisa da Febraban mostra que 94% das instituições financeiras já utilizam essas soluções para melhorar a experiência do cliente, seja por meio de assistentes virtuais mais inteligentes, sistemas de recomendação mais precisos ou análise de sentimentos e comportamentos para adaptar o atendimento. Além disso, 88% dos bancos estão investigando ativamente o potencial da GenAI como motor de inovação.

A GenAI, por sua vez, amplia ainda mais as possibilidades ao permitir a geração automatizada de textos, imagens e interações em linguagem natural. Imagine um assistente bancário que entende nuances emocionais da conversa, sugere investimentos baseados no perfil comportamental e histórico de consumo do usuário, e ainda cria propostas personalizadas com linguagem adaptada ao estilo do cliente. Não estamos mais falando do futuro. Isso já está sendo testado por instituições líderes no Brasil.

Ao integrar IA, GenAI e Open Finance, os bancos não apenas criam experiências mais relevantes, mas também conseguem criar interfaces mais inteligentes e contextuais, mudando a forma como o cliente interage com a instituição financeira. Afinal, quando o usuário percebe que suas informações estão sendo utilizadas com responsabilidade para gerar valor real, ele tende a se engajar mais com a instituição e a utilizar mais produtos e serviços oferecidos. Além disso, os bancos estão buscando formas de monetizar dados combinados com IA, seja por crédito mais assertivo, cross-sell mais eficiente ou produtos sob demanda. No entanto, esse avanço exige responsabilidade. Personalização não pode ser sinônimo de invasão de privacidade. É essencial que as instituições garantam segurança, transparência e ética no uso dos dados. O desafio do setor é equilibrar confiança e regulação, quanto mais poderosas as soluções de GenAI, maior a necessidade de explicar decisões e garantir transparência no uso dos dados, inclusive com viés ético e LGPD.

Em um momento em que os investimentos em tecnologia continuam crescendo e as fronteiras entre os setores financeiros e digitais se tornam cada vez mais tênues, o Brasil se posiciona como um dos protagonistas dessa transformação. A personalização orientada por dados e IA não é apenas uma tendência, é uma mudança de paradigma. E as instituições que souberem combinar inteligência tecnológica com empatia humana estarão mais preparadas para conquistar e fidelizar os clientes da nova economia digital.

* Artigo escrito por Renan Basso

* Renan Basso é co-fundador e diretor de negócios da MB Labs, uma renomada empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais. Com uma sólida carreira no setor de tecnologia. Com uma formação em engenharia da computação pela PUC Campinas e MBA na DeVry Educacional do Brasil, Basso é especialista em tecnologia, engenheiro de software e desenvolvimento de sistemas para grandes companhias. Especialista em construção de tecnologia para as indústrias financeiras e super apps. Com vasta experiência no setor de tecnologia e finanças, com objetivo de impulsionar a inovação e criar soluções para fintechs.