Bitcoin recua após inflação nos EUA

Bitcoin recua após inflação nos EUA

Bitcoin perde força após inflação nos EUA e quebra de suporte, mas mercado mantém perspectiva positiva

O mercado de criptomoedas viveu momentos de tensão após o Bitcoin flertar com um novo recorde e, em seguida, recuar de forma expressiva. Apesar da volatilidade, sinais de resiliência e expectativas otimistas ainda predominam. Além disso, fatores macroeconômicos e posicionamento de grandes investidores influenciaram fortemente os movimentos recentes.

Retração após dados de inflação e política monetária

Na quinta-feira, o Bitcoin (BTC) quase ultrapassou sua máxima histórica, chegando a US$ 124.000, antes de sofrer queda para US$ 117.600. Esse movimento ocorreu logo após a divulgação de dados do Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos Estados Unidos, que vieram acima do esperado. Como consequência, aumentaram as dúvidas sobre cortes de juros em setembro.
Outro fator relevante foi a sinalização do secretário do Tesouro, Scott Bessent, de que não seguirá adiante com a proposta de compra de Bitcoin para formação de uma reserva estratégica. A combinação desses elementos resultou em um recuo que também fechou a chamada “lacuna da CME” — diferença de preços causada pelo fechamento do mercado futuro durante o fim de semana.
O BTC já alcançou quatro máximas históricas em 2025, e as retrações subsequentes vêm diminuindo em intensidade. De quedas de 30% no início do ano, passamos para recuos recentes de apenas 7%, mostrando maior resistência do ativo. Contudo, analistas alertam que eventos macroeconômicos podem reverter tendências rapidamente.

Mercado cripto sofre correção, mas mantém fundamentos sólidos

Na manhã de sexta-feira, a capitalização total do mercado de criptomoedas recuou para US$ 4,03 trilhões, representando uma queda de 3,4% em 24 horas. O Bitcoin, ao romper o suporte de US$ 117.000, puxou todo o setor para baixo. A liquidação atingiu também níveis técnicos importantes, como a média móvel de 50 dias em US$ 115.000.
Mesmo assim, muitos analistas consideram esse movimento uma correção saudável. O mercado continua bem acima das máximas de julho, que variavam entre US$ 3,90 e US$ 3,95 trilhões, o que indica força subjacente. Há ainda sinais de acúmulo durante as quedas, reforçando o otimismo de longo prazo.
O Ethereum (ETH) ganhou destaque, atraindo US$ 1,7 bilhão em ETFs apenas em agosto, enquanto os ETFs de Bitcoin registraram saídas de US$ 436 milhões. A criptomoeda também apresentou maior correlação com índices acionários, o que levou o Standard Chartered a elevar sua projeção de preço para US$ 7.500 até o fim do ano.

Fatores que podem moldar o próximo movimento

O sentimento do mercado permanece ligado ao apetite global por risco. A continuidade da alta do S&P 500 pode impulsionar Bitcoin e Ethereum a novos recordes. Por outro lado, um relatório de vendas no varejo dos EUA acima do esperado pode pressionar ainda mais as expectativas de corte de juros, influenciando negativamente o curto prazo.
Além disso, no final de agosto, US$ 12 bilhões em opções de Bitcoin expirarão na Deribit, a maioria concentrada entre US$ 120.000 e US$ 124.000. Caso o BTC se mantenha próximo desses níveis, isso pode alinhar-se ao posicionamento de muitos traders de derivativos. Contudo, mudanças súbitas em dados econômicos e regulações podem alterar rapidamente esse cenário.

Conclusão

Apesar da recente retração, o mercado de criptomoedas demonstra resiliência e fundamentos sólidos. Com um cenário macroeconômico desafiador e eventos técnicos relevantes no horizonte, os próximos dias serão decisivos para definir se o Bitcoin retoma a trajetória de alta ou enfrenta uma correção mais profunda. Investidores seguem atentos, equilibrando cautela e expectativa de novas máximas históricas.