Por que agosto derruba o Bitcoin e o que esperar do “Septembear”?

Pressão de venda dos mineradores e padrões sazonais apontam para quedas em setembro, mas outubro e novembro seguem como meses historicamente fortes para o Bitcoin
O desempenho fraco do Bitcoin em agosto não é mera coincidência. Dados on-chain mostram que a pressão de venda dos mineradores, intensificada pelo aumento dos custos de energia no verão, tem papel central nas correções sazonais. Com despesas em moeda fiduciária e receitas em BTC, os mineradores recorrem à venda de parte de suas reservas para cobrir contas de eletricidade, principalmente em regiões como Texas, Cazaquistão e China. Esse movimento aumenta a oferta em exchanges justamente quando a liquidez cai pela menor participação institucional no período.
Esse desequilíbrio entre oferta e demanda costuma resultar em correções, mas também gera oportunidades. Para traders de curto prazo, os fluxos de mineradores funcionam como alerta para ajustes táticos; já para investidores de longo prazo, momentos de capitulação oferecem pontos de acumulação antes de retomadas típicas do outono.
Com a virada para setembro, as atenções se voltam para um dos meses mais historicamente negativos do Bitcoin. Em 8 dos últimos 12 anos, o ativo registrou retornos negativos neste período, inclusive em 2017 e 2021, ambos anos de alta, quando caiu mais de 7%. Estatísticas mostram que mais de 80% das vezes o BTC define sua máxima ou mínima mensal nos primeiros 12 dias, reforçando a importância desse início de mês para o sentimento do mercado.
Apesar do apelido “Septembear” (algo como “setembro dos ursos”, em tradução livre), analistas ressaltam que outubro e novembro tendem a reverter o quadro, historicamente entre os meses mais fortes para o Bitcoin. Assim, uma queda em torno de US$ 100 mil ainda em setembro não seria surpresa, mas poderia abrir caminho para um novo ciclo de valorização até o fim do ano.