Itaú Asset lança braço cripto e redefine o mercado local

Itaú Asset

Itaú Asset entra de vez no universo cripto, prometendo inovação e produtos sofisticados

O mercado de criptoativos no Brasil está em ebulição, e a entrada de grandes players do sistema financeiro tradicional reforça essa tendência. A Itaú Asset, maior gestora de ativos privados do país, acaba de dar um passo ousado e estratégico ao criar uma unidade especializada em criptomoedas. A iniciativa, liderada por um especialista de renome, sinaliza um amadurecimento significativo do setor e a busca por novas formas de gerar valor para os investidores. Além disso, a jogada posiciona o banco em um cenário de inovação e vanguarda, mostrando que ele não tem medo de explorar novos horizontes.

Uma aposta ousada e cheia de potencial

A Itaú Asset, com mais de R$ 1 trilhão em gestão, não está brincando. O banco contratou o economista João Marco Braga da Cunha, ex-diretor de gestão de portfólio da Hashdex, uma das principais gestoras de cripto do país. A missão dele é clara: supervisionar a nova unidade, que operará dentro da estrutura de Multimesas e terá foco total em ativos digitais. A expertise de Cunha, adquirida durante cinco anos na Hashdex, é um diferencial importante para o sucesso da empreitada. Ele entende a dinâmica do mercado e, portanto, tem a capacidade de desenvolver produtos que atendam às necessidades dos investidores. De acordo com o CEO da Itaú Asset, Carlos Augusto Salamonde, a expansão do portfólio de criptoativos representa uma oportunidade notável para gerar alfa, dada a volatilidade e o potencial de crescimento do segmento. O banco planeja, a princípio, expandir a oferta de produtos para incluir instrumentos de estilo de renda fixa, derivativos e veículos baseados em staking.

Ademais, essa decisão se soma à linha de criptomoedas que o Itaú já vem construindo. O banco já oferece ETFs de Bitcoin e um plano de aposentadoria com exposição a ativos digitais. A nova unidade trabalhará na criação de soluções inovadoras, desde produtos semelhantes a títulos até operações de maior risco, como derivativos. Essa gama diversificada de produtos tem o potencial de atrair tanto investidores mais conservadores quanto aqueles que buscam maior exposição à volatilidade do mercado. Recentemente, a instituição também ampliou a oferta de negociação direta de criptomoedas em seu aplicativo, uma resposta direta à demanda crescente dos clientes. Atualmente, os correntistas podem negociar 10 pares de criptomoedas, incluindo Bitcoin, Ether e Solana, com custódia interna. Assim, a nova divisão consolida o banco como um player robusto no ecossistema cripto brasileiro.

O Brasil como polo de inovação em criptomoedas

O movimento da Itaú Asset não é um caso isolado, mas reflete o crescente impulso do Brasil no mercado de criptomoedas. A Chainalysis, por exemplo, classificou o país em 10º lugar em seu ranking global de adoção de criptoativos em 2024. O forte apoio de políticas governamentais tem sido um motor fundamental para essa adoção. Em 2023, o Brasil implementou uma lei nacional de criptomoedas, criando uma estrutura regulatória clara para empresas do setor e designando o Banco Central como autoridade reguladora. Logo após a lei entrar em vigor, o Itaú Unibanco, por sua vez, introduziu a negociação de criptomoedas para investidores individuais em dezembro de 2023. De fato, o país está emergindo como um estudo de caso sobre como uma estrutura regulatória transparente pode integrar criptoativos aos sistemas bancários tradicionais. A capacidade do Itaú de lançar serviços de custódia em conformidade também transmite segurança aos investidores.

Contudo, apesar do progresso, ainda há desafios regulatórios a serem superados. Em junho, o Brasil alterou suas regras tributárias, adotando um imposto fixo de 17,5% sobre os ganhos de capital em criptomoedas. A reforma eliminou a isenção de imposto para vendas mensais de até R$ 35.000 e ampliou a tributação para cobrir autocustódia, ativos offshore, atividades DeFi e recompensas de staking. A medida provisória, no entanto, foi alvo de críticas e revogada rapidamente. Essa instabilidade regulatória ilustra a complexidade e a necessidade de diálogo contínuo entre o governo e o setor. A adesão de grandes bancos, entretanto, sugere que o caminho é irreversível. A entrada do Itaú, por exemplo, não apenas valida o mercado de criptoativos, mas também atrai mais investidores e capital para o ecossistema local.

O futuro dos ativos digitais no Brasil

O Brasil está firmando sua posição como um centro de inovação em criptomoedas. O impulso do país, aliado ao aumento das taxas de adoção na América Latina, o coloca em uma posição privilegiada para atrair investimentos futuros. A contratação de um especialista da Hashdex pela Itaú Asset é um claro sinal de que as instituições financeiras tradicionais estão prontas para explorar as oportunidades do mercado cripto. A nova divisão do Itaú se concentrará em desenvolver produtos sofisticados, como os de renda fixa e derivativos, buscando capturar o potencial de valorização a longo prazo e a extrema volatilidade do setor. Assim, a iniciativa não só fortalece a posição do Itaú como um líder em inovação, mas também contribui para a maturação de todo o ecossistema brasileiro de ativos digitais. A criação de um braço focado exclusivamente em criptomoedas é um passo decisivo que mostra o compromisso do banco em oferecer soluções de ponta aos seus clientes. Portanto, o movimento pode inspirar outras grandes instituições financeiras a seguir o mesmo caminho. A aposta da Itaú Asset é, em resumo, um marco importante que consolida o Brasil como um player de destaque global no mercado de criptoativos.