OpenAI mostra estatísticas de como as pessoas realmente usam o ChatGPT

Aprendizado, tutoriais e escrita estão entre os usos mais comuns
Cerca de 700 milhões de pessoas usam ativamente o ChatGPT a cada semana, enviando em torno de 29 mil mensagens por segundo – mas afinal, para que essas pessoas estão usando o chatbot? A OpenAI divulgou um relatório detalhado sobre essa questão. A principal conclusão é que o ChatGPT hoje é usado majoritariamente para fins não relacionados ao trabalho, e as usuárias mulheres parecem já superar os homens.
O documento, publicado como um working paper do National Bureau of Economic Research (NBER) e elaborado pela equipe de pesquisa da OpenAI junto ao economista de Harvard David Deming, analisou 1,5 milhão de conversas para acompanhar como o uso da ferramenta evoluiu nos três anos desde o seu lançamento.

Como outras IAs generativas, o ChatGPT surgiu com a promessa de revolucionar a forma de trabalhar. Em junho de 2024, 53% do uso por contas não corporativas não estava relacionado a trabalho; em junho de 2025, esse percentual subiu para 73%, com foco em orientação prática, busca por informações e escrita.
A categoria mais popular é “Orientação Prática”, que representou 28,8% das conversas analisadas. Nela entram tutoria, conselhos de “como fazer”, temas de saúde, condicionamento físico, beleza, autocuidado e também ideação criativa.

A segunda mais comum foi “Busca por Informação”, que cresceu de 14% para 24%. A maioria dos casos envolve pessoas tentando encontrar dados específicos, além de pesquisas por produtos ou receitas. Isso mostra como mais usuários estão escolhendo o ChatGPT no lugar de buscadores tradicionais como o Google.
A escrita, que era o uso mais comum em julho de 2024, caiu para a terceira posição. Dentro desse grupo, o maior caso de uso foi edição ou crítica de textos fornecidos (10,6%), à frente dos 8% que recorrem ao ChatGPT para redação pessoal ou comunicação, como e-mails. Muitos também usam a ferramenta para tradução, geração de resumos ou argumentos, e escrita criativa.
No ambiente de trabalho, o ChatGPT é mais usado para documentar e registrar informações. Depois vêm apoio em decisões e resolução de problemas, ideação criativa e interação com computadores. Buscar informações aparece como o uso menos frequente no trabalho, possivelmente pelo risco de alucinações. A OpenAI comentou que isso mostra que as pessoas utilizam o ChatGPT “como conselheiro ou assistente de pesquisa, não apenas como uma tecnologia que executa tarefas diretamente”.

Quanto ao perfil demográfico, os dados indicam que as mulheres agora superam os homens entre os usuários consumidores. Em janeiro de 2024, apenas 37% dos nomes de usuários eram tipicamente femininos; em julho de 2025, esse número subiu para 52%.

O ChatGPT é mais popular entre os jovens: 46% dos usuários afirmam ter entre 18 e 25 anos. Esse grupo tende a buscar conselhos ou falar sobre hobbies, enquanto os mais velhos usam mais para questões de trabalho. Pessoas com ensino superior completo ou com empregos técnicos e de alta remuneração também tendem a utilizar a ferramenta mais para fins profissionais.
Quase 10% da população adulta mundial já usa o ChatGPT, e o número de usuários semanais ativos em planos de consumo continua crescendo rapidamente. Isso aumentou o volume de mensagens processadas pela IA: de cerca de 451 milhões em junho de 2024 para mais de 2,6 bilhões em junho de 2025.

Grande parte desse crescimento vem de novas inscrições. Usuários antigos costumam manter um padrão estável de mensagens diárias, que só aumenta após o lançamento de novos recursos ou atualizações.

