Por que o ETF de Bitcoin da BlackRock compra quando outros estão vendendo?

O fundo negociado em bolsa (ETF) de Bitcoin à vista da BlackRock é, de longe, o líder da indústria, comprando mais e vendendo menos do que seus concorrentes
O iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, já registrou quase US$ 65 bilhões em entradas líquidas desde seu lançamento, superando o total combinado de todos os concorrentes.
O fundo costuma comprar quando todos os outros estão com fluxo zero ou vendendo — como aconteceu na quarta-feira, quando adquiriu 3.510 BTC, enquanto todos os outros fundos, exceto o da Bitwise, não compraram nada.
Existem algumas razões para isso, conforme explicou a Arkham Intelligence.
Primeiro, a “imagem e reputação da marca BlackRock atraem fluxos para o Bitcoin”, o que impulsionou seu principal ETF de criptoativos para quase US$ 100 bilhões em ativos sob gestão, afirmou a empresa.
IBIT comprou 18.000 BTC só nesta semana
Em segundo lugar, o ETF da BlackRock — o fundo que mais gera receita para a empresa — tem uma taxa de administração significativamente menor do que o antigo líder de mercado, o GBTC da Grayscale. Isso levou a uma “arbitragem lenta, porém constante, de ativos saindo do GBTC e migrando para o IBIT”.
O Grayscale Bitcoin Trust registrou impressionantes US$ 24 bilhões em saídas desde que os ETFs de Bitcoin à vista foram lançados nos Estados Unidos, em janeiro de 2024. No entanto, cerca de US$ 1,9 bilhão desse total foi direcionado ao Mini Bitcoin Trust, que cobra taxas menores.
Por fim, é possível que “a BlackRock também reporte os fluxos de seu ETF com base em um sistema ‘T+1’ em relação a outros ETFs”, disseram os pesquisadores da Arkham.
Isso significa que, se houver grandes fluxos na segunda-feira, mas fluxos limitados ou negativos na terça, pode parecer que a BlackRock está comprando “mais”, pois ela pode estar reportando as entradas da segunda apenas no dia seguinte.
O IBIT registrou impressionantes US$ 2,3 bilhões — equivalentes a 18.590 BTC — em entradas apenas nesta semana, o que representa mais de 90% do total de fluxos positivos de todos os ETFs de Bitcoin à vista no mesmo período de três dias.
O especialista em ETFs Nate Geraci comentou na quinta-feira que seis dos oito maiores emissores de ETFs ainda não possuem nenhum produto de cripto à vista. Isso inclui Vanguard, State Street, Schwab, JPMorgan, Dimensional e First Trust.
“É impressionante como os maiores emissores basicamente cederam essa categoria à BlackRock. Não faz sentido, na minha opinião.”
Novidades sobre ETFs nesta semana
A Bitwise apresentou uma atualização de seu ETF de Solana na quarta-feira, incluindo staking no nome e informando a taxa de administração de 0,20%, segundo o analista da Bloomberg James Seyffart.
“Taxas baixas têm um histórico quase perfeito de atrair investidores, então isso é um bom sinal para o potencial de entrada de capital”, comentou o também analista Eric Balchunas.
Seyffart acrescentou ainda que um novo grupo de ETFs “empilhados” também foi protocolado nesta semana. Esses produtos usarão contratos futuros para oferecer exposição a dois ativos ou estratégias, e todos — exceto um — estão relacionados a Bitcoin, criptomoedas, ouro ou tesourarias de ativos digitais.
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