Bitcoin e altcoins resistem entre pressões e volatilidade

O mercado de criptomoedas iniciou esta quinta-feira, 31 de outubro, com sinais mistos. Apesar do alívio macroeconômico global, o movimento de baixa persiste no curto prazo, especialmente entre Bitcoin e altcoins de maior capitalização. No entanto, os gráficos técnicos apontam para zonas de suporte importantes, o que mantém viva a possibilidade de reação nos próximos dias.
Bitcoin tenta defender o suporte dos US$ 108 mil
O Bitcoin (BTC) é o principal foco dos investidores nesta reta final de outubro. O ativo, negociado em torno de US$ 109.000, luta para sustentar o suporte psicológico dos US$ 108.000 após uma semana marcada por volatilidade e incerteza. Apesar de breves altas motivadas por anúncios do Federal Reserve e ajustes comerciais entre EUA e China, o preço não conseguiu romper com firmeza a resistência de US$ 110.000.

Essa fraqueza reflete o comportamento cauteloso dos investidores institucionais, que ainda aguardam sinais mais claros de retomada do apetite por risco. Conforme o Índice de Força Relativa (IFR) mostra uma tendência de baixa crescente, a possibilidade de queda até US$ 105.000 permanece sobre a mesa. No entanto, se o Bitcoin se mantiver acima dos US$ 108.000, poderá recuperar o fôlego e retomar a faixa de US$ 112.500 — um nível que, se convertido em suporte, pode reacender o sentimento otimista.
Além disso, os dados da Deribit indicam um volume de vencimentos de opções próximo a US$ 13 bilhões, o que tende a aumentar as oscilações de curto prazo. Assim, o comportamento do BTC até o fechamento da semana será decisivo para o rumo do mercado no início de novembro.
Altcoins seguem o ritmo, com fortes variações
As altcoins reproduzem a hesitação vista no Bitcoin. A capitalização total do mercado caiu US$ 55 bilhões nas últimas 24 horas, ficando em US$ 3,63 trilhões. O domínio do BTC sobre as demais criptomoedas permanece em torno de 58%, reforçando o tom defensivo dos traders.
Entre os destaques negativos, Pump.fun (PUMP) lidera as perdas, com queda de 16% no dia, sendo negociada a US$ 0,0043. A quebra do suporte em US$ 0,0046 abriu espaço para um movimento corretivo mais profundo, e o ativo pode buscar US$ 0,0040 se a pressão vendedora continuar. Mesmo assim, uma recuperação acima de US$ 0,0046 poderia acionar alívios de curto prazo e levar o token até US$ 0,0056.
Outras altcoins também sofrem com a retração: ADA, DOGE e AVAX registraram recuos entre 6% e 9%, enquanto ENA, PEPE, UNI e MNT acumulam perdas que chegam a 16%. O sentimento geral é de cautela, com o mercado buscando um novo ponto de equilíbrio.
Por outro lado, algumas criptomoedas conseguiram nadar contra a maré. HYPE subiu 11%, BCH avançou 11%, HBAR valorizou 17%, TAO saltou 21% e ZEC foi o destaque do dia, com alta expressiva de 44%. Esses ganhos pontuais refletem o aumento da rotação de capital entre setores específicos, impulsionado por narrativas de curto prazo e eventos técnicos isolados.
Macro traz respiro, mas não reação
Apesar do corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve e da redução de tarifas comerciais entre EUA e China, o impacto positivo esperado sobre o mercado cripto foi tímido. O movimento de alívio nos ativos de risco foi rapidamente neutralizado por uma nova rodada de realizações de lucro e pela falta de volume comprador consistente.
Assim, o contexto macroeconômico atua mais como estabilizador do que como propulsor. O cenário ainda é de digestão das últimas decisões de política monetária, enquanto investidores monitoram o fechamento do mês e o início do próximo ciclo fiscal.
Perspectivas e o apetite por risco
O fim de outubro trouxe mais perguntas do que respostas ao mercado cripto. O Bitcoin, ainda abaixo de US$ 110.000, tenta preservar suportes estratégicos. As altcoins seguem o movimento com volatilidade acentuada, mas algumas começam a demonstrar sinais de força em meio ao pessimismo generalizado.
Se o BTC confirmar reação e romper os US$ 112.500 com volume consistente, o início de novembro pode ser marcado por um repique técnico importante. Caso contrário, uma queda para US$ 105.000 reabriria espaço para novas correções e um teste de paciência para traders e investidores.
O mercado segue em compasso de espera, oscilando entre o medo e a esperança — duas forças que continuam definindo o ritmo do universo cripto.
- Veja também: Bitcoin luta por suporte enquanto altcoins resistem