O XRP enfrenta um momento decisivo no mercado cripto. Após o entusiasmo gerado pela parceria da Ripple com a Mastercard, o ativo perdeu força e voltou a testar zonas críticas de suporte. Além disso, indicadores on-chain apontam para um enfraquecimento gradual da estrutura de alta, enquanto parte dos investidores de longo prazo já se prepara para realizar lucros. Ainda assim, há sinais de acumulação que sugerem a possibilidade de retomada no médio prazo.

Perspectiva técnica: suporte crítico e sinais de alerta

Nos últimos dias, o XRP lutou para manter o ímpeto, aproximando-se do suporte crucial de US$ 2,00. A falta de crescimento gerou incerteza, principalmente porque os detentores de longo prazo (LTH) parecem prestes a desencadear uma pressão de baixa mais intensa. O indicador de Lucro/Prejuízo Líquido Não Realizado (LTH NUPL) aproxima-se do nível 0,5 — uma zona historicamente associada a correções relevantes. Quando o índice cai abaixo desse patamar, muitos investidores costumam vender para preservar ganhos, o que amplia a oferta no mercado.

Essa possível realização de lucros cria uma dinâmica autossustentável de queda, já que o aumento da oferta tende a pressionar o preço. Como resultado, o XRP pode enfrentar dificuldades para manter o equilíbrio, especialmente se a demanda não reagir rapidamente. Por outro lado, parte dos dados das corretoras indica que há confiança sendo restabelecida. Somente na última semana, mais de 140 milhões de tokens XRP — cerca de US$ 309 milhões — foram retirados das plataformas de negociação. Esse movimento sugere uma estratégia de acumulação, possivelmente como defesa contra futuras quedas bruscas.

Ainda assim, para que o XRP consolide uma recuperação, essa tendência de compra precisa continuar. Sem um fluxo consistente de acumulação, o mercado pode ter dificuldades para conter a pressão vendedora, o que aumentaria o risco de o ativo romper os suportes de curto prazo em US$ 2,13 e US$ 2,02. Se esses níveis forem perdidos, a cotação pode atingir novamente a região dos US$ 2,00 — uma queda de aproximadamente 9% em relação aos valores atuais.

O impacto da parceria com a Mastercard e o retorno da volatilidade

A recente parceria da Ripple com a Mastercard trouxe entusiasmo inicial, mas o otimismo durou pouco. A notícia foi revelada durante o evento Ripple Swell 2025, quando a Ripple anunciou que firmou acordos com a Mastercard, o WebBank e a Gemini para testar a stablecoin RLUSD na liquidação de transações com cartões de crédito. O projeto piloto, conduzido pelo WebBank — emissor do cartão Gemini —, usará a XRP Ledger (XRPL) para processar pagamentos em dólar via blockchain pública.

Apesar do caráter inovador, o mercado reagiu de forma cautelosa. Logo após a divulgação, o XRP chegou a se aproximar de US$ 2,45, mas recuou rapidamente e perdeu quase todo o ganho obtido. Atualmente, o ativo é negociado em torno de US$ 2,18, refletindo uma queda de cerca de 5% em 24 horas. Analistas acreditam que a correção ainda não terminou, mesmo com o reforço da imagem institucional da Ripple.

A especialista CasiTrades destacou que o movimento de alta recente levou o ativo ao limite superior da chamada subonda 4, dentro da contagem de ondas de Elliott. Segundo ela, todos os fechamentos de velas permaneceram abaixo da mínima anterior da Onda 1, o que mantém a estrutura técnica intacta e sugere que o ciclo de correção ainda não foi totalmente concluído.

De acordo com sua leitura, o XRP ainda pode recuar até US$ 2,05 — uma zona alinhada ao nível de retração de Fibonacci 0,5 — antes de qualquer tentativa de recuperação mais sólida. A formação de um fundo duplo nessa faixa poderia indicar o fim da fase de correção e abrir espaço para uma nova onda de alta. No entanto, a ausência de volume comprador consistente mantém o cenário incerto e reforça a necessidade de cautela entre traders e investidores.

Caminhos possíveis: consolidação ou nova queda

A curto prazo, o mercado do XRP parece dividido entre forças opostas. De um lado, a realização de lucros dos detentores experientes limita o avanço dos preços; de outro, a retirada massiva de tokens das corretoras demonstra que há participantes dispostos a apostar em uma reversão.

Se o sentimento positivo se fortalecer e o preço ultrapassar novamente a resistência de US$ 2,27, o ativo poderá mirar US$ 2,35 e, posteriormente, US$ 2,54. Esse rompimento confirmaria uma retomada e invalidaria a atual perspectiva de baixa. No entanto, caso os suportes cedam, o ativo poderá testar novamente a região dos US$ 2,00, reabrindo espaço para uma correção mais profunda antes de qualquer recuperação sustentável.

Portanto, o equilíbrio entre pressão de venda e acumulação definirá o rumo do XRP nas próximas semanas. Embora a parceria com a Mastercard reforce o uso institucional da XRPL, os dados técnicos ainda pedem prudência. Para investidores atentos, este é um momento de observar o comportamento do volume e aguardar sinais claros de reversão antes de novas entradas.

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