O que rolou do mercado cripto da 1ª semana de novembro

Resumo do mercado cripto

O Bitcoin enfrenta nova pressão após semanas de volatilidade

O mercado de criptomoedas iniciou a semana sob forte pressão. Após registrar ganhos expressivos em outubro, o Bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 100.000 pela primeira vez em cinco meses. Essa retração ocorreu em meio a um cenário global de ajustes econômicos, mesmo com fatores macro aparentemente favoráveis.

Na semana passada, o Federal Reserve reduziu as taxas de juros em 25 pontos-base, movimento que, em teoria, impulsiona ativos de risco como o BTC. Além disso, os avanços diplomáticos entre Estados Unidos e China sinalizaram um alívio nas tensões comerciais. No entanto, o otimismo não se refletiu no preço das criptomoedas. Pelo contrário, a reação do mercado foi contrária ao esperado, resultando em uma sequência de quedas acentuadas.

A correção começou logo após os anúncios econômicos, levando o BTC a US$ 106.500 na quinta-feira. Durante o fim de semana, o ativo se recuperou levemente e se estabilizou em torno de US$ 111.000. Entretanto, a nova semana trouxe uma pressão vendedora mais intensa, empurrando o preço novamente para baixo.

A perda do suporte psicológico e a reação do mercado

Na segunda-feira, o Bitcoin mergulhou para US$ 105.000. A tendência negativa se intensificou na terça-feira, quando o ativo rompeu a barreira simbólica dos US$ 100.000 — algo não visto desde junho. Em alguns momentos, o BTC chegou a tocar US$ 99.000, o que despertou cautela entre traders e instituições.

Os compradores tentaram reverter o movimento com entradas pontuais, levando a uma breve recuperação acima de US$ 104.000. Contudo, a reação foi limitada. Nas horas seguintes, o impulso comprador perdeu força, e a moeda voltou a ser negociada abaixo de US$ 100.000. Essa instabilidade reforçou o sentimento de cautela, já que o ativo luta para se manter acima desse patamar psicológico crucial.

Enquanto o BTC enfrenta resistência, outras criptomoedas também apresentaram quedas expressivas. O Ether (ETH) recuou para US$ 3.200, o XRP se aproximou do suporte em US$ 2,20, e projetos como BNB, Solana (SOL), Dogecoin (DOGE), Cardano (ADA), Chainlink (LINK) e Bitcoin Cash (BCH) acompanharam o movimento.

Altcoins sob pressão, mas com exceções notáveis

Apesar do cenário predominantemente negativo, algumas altcoins destoaram do movimento geral. A Zcash (ZEC) valorizou 73%, e o Internet Computer (ICP) disparou 163%, tornando-se destaques semanais. Esses desempenhos pontuais mostraram que, mesmo em períodos de correção, o mercado cripto ainda reserva oportunidades pontuais para investidores atentos à volatilidade.

O movimento das altcoins também reforça uma dinâmica típica de ciclos de mercado. Após longos períodos de domínio do bitcoin — que hoje responde por cerca de 58,2% da capitalização total —, ativos alternativos tendem a ganhar tração à medida que investidores buscam diversificação. Ainda assim, a recente perda de força do BTC sugere que o apetite por risco permanece contido.

De modo geral, a capitalização global do mercado cripto recuou cerca de US$ 350 bilhões desde a última sexta-feira, totalizando agora US$ 3,43 trilhões. O volume negociado nas últimas 24 horas alcançou US$ 198 bilhões, evidenciando alta atividade, embora marcada por liquidações e realocação de portfólios.

O que esperar das próximas semanas

Para o curto prazo, o mercado continuará sensível a dados macroeconômicos e políticas monetárias globais. Assim, as decisões do Federal Reserve e os desdobramentos geopolíticos entre grandes potências seguirão influenciando diretamente o apetite dos investidores por risco.

No médio prazo, analistas indicam que a estrutura do mercado permanece sólida, com crescimento consistente da adoção institucional e maior liquidez em produtos financeiros baseados em criptoativos. Apesar da recente correção, o bitcoin ainda sustenta um desempenho acumulado positivo em 2025, o que demonstra resiliência estrutural diante das oscilações de curto prazo.

Enquanto isso, o segmento de altcoins continuará a alternar momentos de pressão e recuperação. Projetos com fundamentos tecnológicos robustos, ecossistemas ativos e forte suporte da comunidade devem continuar atraindo capital. A busca por eficiência, interoperabilidade e escalabilidade seguirá como vetor central de valorização.

Conclusão

A queda recente do Bitcoin abaixo de US$ 100.000 acendeu alertas, mas também reforçou o caráter cíclico e dinâmico do mercado cripto. Mesmo em meio à volatilidade, o setor mantém fundamentos sólidos e espaço para crescimento. Investidores que compreendem esse ritmo tendem a ver nas correções não apenas riscos, mas também oportunidades estratégicas.

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