Bitcoin derrete e arrasta altcoins em dia de pânico

Queda do Bitcoin ganha força em meio a rumores, liquidações e sinais mistos nas altcoins
A sexta-feira começou com forte pressão no mercado cripto, já que o Bitcoin ampliou as perdas e testou regiões que não eram vistas desde maio. Além disso, as altcoins exibiram movimentos desiguais que aumentaram a incerteza entre traders e analistas. O sentimento geral piorou com rumores sobre possíveis vendas institucionais, ainda que muitos tenham sido rapidamente desmentidos.

Mercado reage ao tombo do Bitcoin e ao peso das liquidações
Nas últimas 24 horas, o Bitcoin perdeu mais de dez mil dólares em três dias e caiu para perto de US$ 95.500, marcando a mínima de seis meses. A queda aconteceu logo após uma sequência de fatores que ampliaram o pessimismo geral. No entanto, o ponto que mais chamou atenção foi o rumor envolvendo uma possível venda bilionária da Strategy, que movimentou o debate no X e gerou interpretações precipitadas entre traders.
O boato ganhou tração porque perfis de grande alcance replicaram a publicação inicial, mesmo que ela tivesse surgido em uma conta pouco confiável. Assim, a percepção de risco aumentou no curto prazo e criou um ambiente propício para liquidações em cascata. Com isso, o total de posições encerradas chegou a US$ 1,2 bilhão, segundo dados replicados em diversas análises. Mais de 260.000 traders foram liquidados em apenas um dia, e a maior parte dessas perdas ocorreu em posições compradas.
Pouco depois, a comunidade desmontou os rumores e confirmou que a movimentação da Strategy não representava uma venda, mas uma transferência interna de quase US$ 5,8 bilhões entre carteiras. Mesmo assim, o estrago já estava feito. O preço continuou recuando, e a queda abaixo de US$ 100.000 reforçou o sentimento negativo. Assim, a falta de convicção compradora nas últimas três semanas abriu espaço para novas revisões de preço.
O cenário ficou ainda mais delicado porque, enquanto o Bitcoin perdia valor, o mercado como um todo sofria uma saída de capital. A capitalização total recuou US$ 92 bilhões em apenas 24 horas, aproximando o total do suporte crítico de US$ 3,31 trilhões. O rompimento dessa região limitou a capacidade de reação no curto prazo e contribuiu para uma leitura ainda mais defensiva entre os participantes.

Altcoins sofrem com o impacto, mas algumas mostram resistência técnica
Enquanto o Bitcoin absorvia a maior parte do impacto, as altcoins registraram movimentos intensos. AAVE, ENA, RENDER, SUI, PEPE e LINK despencaram mais de 12%, enquanto outras registraram perdas superiores a 11%. Portanto, o amplo recuo consolidou um dos dias mais voláteis do trimestre. O aumento das liquidações também pesou, já que o volume de posições encerradas no mercado altcoin ultrapassou US$ 1,1 bilhão.
No entanto, alguns ativos exibiram comportamento mais equilibrado. O caso mais claro foi o da MYX Finance, que caiu 11%, mas manteve o suporte em US$ 2,24. Assim, o ativo preservou uma estrutura de curto prazo menos fragilizada e até recebeu indicações positivas do SAR Parabólico, que mostrou uma leve tendência de alta emergente. Com isso, o mercado observou a MYX como uma das poucas exceções em meio ao cenário negativo.

Ainda assim, o risco permanece elevado. Uma queda sustentada abaixo de US$ 2,24 poderia reacender o movimento vendedor e ampliar o pessimismo. Portanto, mesmo ativos com sinais técnicos positivos dependem fortemente do apetite geral do mercado e do comportamento do bitcoin nos próximos dias.
Se a capitalização geral perder o suporte de US$ 3,26 trilhões, novas revisões baixistas podem atingir setores que vinham apresentando resiliência. Porém, uma recuperação rumo a US$ 3,31 trilhões poderia reverter parte da ansiedade e abrir espaço para altas moderadas.
Pressão continua e mercado busca sinais de estabilização
O Bitcoin opera agora perto de US$ 96.690 e segue pressionado por um RSI que aponta perda de força compradora. Assim, o risco de testar níveis abaixo de US$ 95.000 permanece forte. Caso a pressão vendedora aumente, o ativo pode mirar a faixa de US$ 90.000, ampliando a cautela entre os traders. Por outro lado, uma recuperação acima dos US$ 100 mil poderia restaurar parte da confiança e, portanto, diminuir o ritmo das liquidações.