Sites caem em todo o Brasil: especialista explica a instabilidade e como proteger seu negócio

especialista explica a instabilidade
Foto: Glenn Carstens – Unplash

Problemas em uma das maiores plataformas do planeta afetam negócios e serviços em todo o país

Uma instabilidade significativa na rede mundial de computadores tem causado a queda de diversos sites e serviços em todo o país na terça-feira, dia 18 de novembro. Plataformas de grande alcance, como ChatGPT, X (antigo Twitter) e até mesmo o monitor de status DownDetector, foram afetadas, indicando um problema central com efeito em cascata. Posto que, a instabilidade aponta para uma falha em serviços de infraestrutura de rede cruciais para a operação de milhares de sites. “A Cloudflare não é apenas um serviço de hospedagem; ela atua como um ‘escudo’ e um ‘acelerador’ da internet para seus clientes”, explica Vinicius Reis, CTO e cofundador da StaryaAI.

Segundo Vinicius, por conseguinte, a Cloudflare oferece uma ampla gama de serviços utilizados por sites e empresas do mundo todo. “Muitos dos maiores sites do mundo confiam na Cloudflare para proteger e otimizar seu tráfego. Quando há uma falha em seu sistema central ou em um grande PoP, o impacto é global e atinge diretamente as plataformas que dependem de seus serviços de CDN ou segurança, o que explica a queda de sites tão variados como o ChatGPT e o X”, detalha o CTO da StaryaAI.

Três causas mais comuns

Apesar da redundância presente em grandes provedores, falhas sistêmicas podem ocorrer. Vinicius Reis aponta as três causas mais comuns para instabilidades de grande escala:

  1. Erro de configuração (a causa mais comum): “Na maioria dos casos de grandes quedas globais, a causa é um erro humano. Ou um bug de software durante uma atualização ou mudança de configuração. Um pequeno erro em um roteador central pode se propagar rapidamente por toda a rede global, no chamado peering”, afirma Reis.
  2. Falha de hardware/roteamento: A falha física de um equipamento crucial, como um backbone router. Ou um servidor DNS primário, pode segmentar ou paralisar parte da rede.
  3. Ataque cibernético de grande escala: Embora os serviços de CDN sejam projetados para absorver ataques. Um evento de negação de serviço (DDoS) inédito em volume ou complexidade ainda pode sobrecarregar temporariamente a capacidade de filtragem do provedor.

Plano B

No entanto, para empresas que dependem da internet para operar e vender, a queda de serviços de infraestrutura pode gerar perdas financeiras e de reputação imediatas. Por isso, o especialista sugere estratégias de multicloud e resiliência para proteger o negócio: “A lição mais importante é a redundância. Não se deve colocar toda a operação em um único provedor de CDN ou DNS. Implementar uma arquitetura multicloud ou multi-CDN significa que, se a Cloudflare cair, seu tráfego será automaticamente desviado para um concorrente. Como a Akamai ou Fastly, mantendo o site no ar.”

Além disso, ele reforça que, em momentos como esse, ter um plano B de comunicação é essencial. “Em um cenário de crise como este, a comunicação é vital. As empresas devem ter canais alternativos de comunicação. Como uma página de status hospedada em uma plataforma totalmente separada. Ou o uso do WhatsApp Business, para informar clientes sobre a situação e manter a credibilidade”, conclui o CTO da StaryaAI.