Dogecoin reage ao ETF da Grayscale, mas enfrenta obstáculos decisivos

A Dogecoin inicia a semana com volatilidade intensa, enquanto o mercado tenta assimilar a estreia do ETF GDOG da Grayscale e o impacto das últimas notícias envolvendo Elon Musk. Embora o clima geral ainda seja fraco, a memecoin voltou aos holofotes. Além disso, os números recentes mostram que forças opostas estão moldando o comportamento do preço, criando um cenário de oportunidade e risco.
O avanço do DOGE diante do lançamento do ETF GDOG
A sessão asiática trouxe um movimento incomum: o DOGE ganhou mais de 3% e superou tanto o CoinDesk 20 (CD20) quanto o CoinDesk Memecoin Index, mesmo com a pressão generalizada nas criptomoedas de grande capitalização. No entanto, esse avanço ocorreu após a Casa Branca confirmar o fim antecipado da iniciativa de eficiência governamental de Elon Musk, decisão que historicamente costuma gerar ruído para o DOGE.

O mercado, porém, ignorou a dissolução do departamento e focou no catalisador mais relevante: o lançamento iminente do ETF GDOG da Grayscale. O produto já despertou otimismo e pode abrir espaço para novos fluxos institucionais, especialmente porque a Bitwise também trabalha em um ETF similar dentro da janela regulatória de 20 dias. Assim, o DOGE encontrou fôlego num momento em que BTC e ETH acumulam quedas semanais de cerca de 9% e 10%.
Além disso, as memecoins de temática felina também chamaram atenção. A categoria de tokens inspirados em gatos subiu 4,2%, enquanto as moedas com tema de cachorro avançaram 4%. Embora o DOGE costume reagir fortemente a notícias ligadas a Musk, a sessão mostrou que o setor como um todo continua sensível a ciclos de narrativa.
Ainda assim, o movimento recente reforça que o DOGE permanece sensível a catalisadores institucionais. O token ainda tenta se consolidar após falhar repetidamente na formação de um fundo local, porém o ETF oferece um ponto de inflexão que pode alterar o comportamento dos investidores no curto prazo.
Estreia do ETF GDOG encontra resistência técnica e forte distribuição
Apesar do otimismo inicial, a estreia do ETF GDOG na Bolsa de Nova York não conseguiu aliviar a pressão vendedora. A Dogecoin recuou após tocar novas máximas intradiárias, já que o mercado continua pesado. Portanto, a estrutura técnica permanece fragilizada, mesmo com o lançamento do novo produto da Grayscale.
Um dos fatores que mais pesam no preço é a intensa distribuição por grandes investidores. Dados on-chain mostram que carteiras que possuem entre 10 e 100 milhões de DOGE venderam quase 7 bilhões de tokens entre 19 de setembro e 23 de novembro. Essa oferta adicional continua sufocando qualquer tentativa de recuperação, principalmente após a máxima recente de US$ 0,27.
O comportamento do gráfico confirma a dificuldade atual. O DOGE permanece preso na faixa estreita entre US$ 0,144 e US$ 0,149, com o topo de US$ 0,1495 atuando como uma barreira difícil de romper. A região rejeitou todas as tentativas de avanço desde o início de novembro. Enquanto isso, o suporte em US$ 0,144 se mantém firme após diversos testes, porém continua vulnerável porque a pressão compradora perde força rapidamente.

Além disso, os indicadores de momentum seguem neutros a baixistas. A queda no volume durante os repiques mostra que o interesse comprador ainda não voltou. O clima geral também não ajuda. O Bitcoin segue pressionado e sua fraqueza costuma se refletir diretamente na estrutura do DOGE, devido ao forte beta de mercado.
Mesmo com isso, o ETF coloca o DOGE em destaque e cria um período de observação importante. Os fluxos institucionais das próximas 48 a 72 horas indicarão se a demanda será forte ou apenas uma reação inicial ao lançamento.
O que os investidores precisam acompanhar agora é simples: se o suporte de US$ 0,144 for rompido, o preço pode recuar até US$ 0,138. Caso o DOGE consiga retomar US$ 0,1495, abre-se espaço para uma reversão moderada dentro da estrutura ainda frágil.
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