Ethereum pode recuar para US$ 2.400, indica padrão
A pressão sobre o Ethereum intensifica projeções de queda
O movimento recente do Ethereum reacendeu discussões técnicas sobre a força do atual ciclo de baixa. Desde o início de outubro, o preço do ativo passou a deslizar de forma consistente, perdendo sucessivos suportes importantes e registrando dificuldades para recuperar níveis que antes pareciam sólidos. Mesmo com breves sinais de retomada do apetite comprador, o comportamento técnico mais recente reforça a possibilidade de uma continuidade dessa tendência.
A deterioração se tornou ainda mais evidente após a queda para a região de US$ 3.000, movimento que levou analistas a reavaliarem o cenário de curto prazo. Entre eles está o especialista Ali Martinez, que publicou uma nova avaliação em 13 de dezembro na rede social X. Segundo ele, a formação atual de preço segue um padrão clássico de bear flag, estrutura amplamente associada à continuidade de movimentos descendentes.
A configuração da bear flag e seus possíveis desdobramentos
A leitura apresentada por Martinez parte de uma formação composta por dois elementos. O primeiro é o flagpole, caracterizado por uma queda acentuada e direta. Que define o impulso inicial da tendência. Em seguida, surge o período de consolidação, geralmente marcado por movimento lateral ou leve recuperação, que dá origem ao canal conhecido como flag. Esse intervalo, apesar de mais estável, mantém limites claros de resistência e suporte.
O ponto crucial desse padrão está na reação do preço ao limite inferior do canal. Normalmente, uma quebra consistente abaixo dessa linha confirma a continuação da tendência de baixa iniciada pelo flagpole. A partir dessa projeção técnica, Martinez sugere que o próximo alvo plausível do Ethereum seja a faixa de US$ 2.400. Para ele, os níveis anteriores que poderiam atuar como suporte não mostram volume ou liquidez suficientes para conter a força vendedora caso a quebra seja confirmada.
Portanto, essa perspectiva reforça a visão de que a pressão técnica é significativa e de que uma eventual retomada de alta dependerá da capacidade do ativo de segurar regiões críticas que, neste momento, seguem em risco.
O papel das baleias e o ponto sensível dos US$ 2.400
Além da leitura gráfica, indicadores on-chain ampliam o peso da região de US$ 2.400 no comportamento do Ethereum. Em publicação recente na plataforma CryptoQuant, o analista pseudônimo OnChain destacou que grandes detentores do ativo adquiriram a maior parte de suas posições justamente nessa faixa de preço. Por conseguinte, esses investidores, conhecidos como baleias e definidos pelo controle de ao menos 100.000 ETH, historicamente influenciam o equilíbrio entre oferta e demanda.
Segundo o analista, o preço do Ethereum raramente se aproxima do valor realizado desse grupo, e quando isso ocorre, o ativo costuma registrar fortes recuperações subsequentes. Além disso, nos últimos cinco anos, foram apenas quatro ocasiões em que a cotação quase encostou no preço médio dessas baleias antes de iniciar movimentos expressivos de valorização.
Esse comportamento indica que a região em questão funciona como um possível ponto de inflexão, tanto psicologicamente quanto em termos de liquidez. Caso a queda avance até os US$ 2.400, o mercado pode observar uma reação mais robusta. Ainda que essa hipótese dependa de uma confirmação clara do padrão técnico atual.
No momento em que a análise foi divulgada, o Ethereum era negociado a US$ 3.086, registrando recuo de 4% no período de 24 horas. A proximidade com níveis considerados determinantes coloca traders e investidores em alerta. Assim, a combinação entre o padrão de bear flag e os dados de comportamento das baleias amplia a importância das próximas movimentações. Logo que que um teste à região dos US$ 2.400 pode definir tanto a continuação da tendência de baixa quanto a possibilidade de um novo ciclo de recuperação, caso o histórico de reação desse grupo se repita.