LaBitConf: governos da América Latina devem aprender mais sobre criptomoedas e blockchain

Evento focado na cripto esfera da América Latina fala sobre regulamentação de criptomoedas e blockchain

LaBitConf, um evento que está sendo realizado em Santiago do Chile, focou em um debate que não deve ser posto de lado: a regulamentação de criptomoedas na América Latina. O assunto contou como debatedores: Matias Garrido (Bitso, México), Andrés Chonczyk (ONG Bitcoin Argentina), Samuel Cañas (Buda, Chile), Daniel Rybnik (EnterPricing, Argentina), Mauricio Tovar (ONG Blockchain Colômbia) e Rosine Kadamani (Blockchain Academy, Brasil). Cada um dos expositores teve a oportunidade de contar como a situação em seu país está no aspecto legal.

Colômbia e Argentina: obstáculos

Em relação à Colômbia, Tovar disse que um congressista introduziu este ano um projeto de lei cujo texto não incentiva o uso de criptomoedas no país. Ele ressaltou que, dentre outros aspectos, o projeto propõe um imposto de 5% por transação, o que representa uma quantia alta.

Em resposta, várias ONGs se organizaram para apresentar suas opiniões contrárias ao projeto, além de destacar a importância das criptomoedas. O mesmo grupo também apoiou a exchange Buda, quando suas contas foram fechadas por bancos colombianos. Atualmente, o grupo trabalha com outro congressista, que está prestes a propor outro projeto de lei sobre a cripto esfera.

Falando sobre a situação da Argentina, Rybnik enfatizou a difícil situação econômica pela qual o país está passando atualmente. Ele ressaltou que os políticos estão “na estratosfera” no que diz respeito à questão das criptos e, quando alguém propõe um projeto, este não faz sentido. Em vez disso, eles colocam obstáculos no caminho de qualquer atividade. Por exemplo, ele disse que no ano passado eles impuseram um imposto sobre criptomoedas.

Brasil e Chile: fechamento de contas

Kadamani, falando sobre o Brasil, destacou que o país está se concentrando no treinamento em blockchain, por acreditar que esta é a base. Ela acrescentou que, desde 2013, já existem problemas envolvendo contas de exchanges fechadas pelos bancos do país. Ela completou, afirmando haver absoluta “ignorância e preconceito” em relação à questão. Em vista disso, esforços estão sendo feitos para encontrar saídas, através de associações. Kadamani completa afirmando que a Blockchain Academy, empresa da qual é co-fundadora, está realizando programas de treinamento que estão sendo levados a algumas agências, como o Banco Central, a fim de construir um entendimento mais positivo do mundo criptográfico.

Quanto ao Chile, Cañas ressaltou que este ano muitas coisas negativas aconteceram, como o fechamento de contas de diversas exchanges pelas instituições bancárias. Pelo fato de ser um problema sério, segundo ele, a questão foi levada para instâncias superiores. Em seu ponto de vista, não só o mundo das criptomoedas é afetado, mas toda a indústria Fintech (tecnologia financeira) e do empreendedorismo em geral.

“Qualquer empreendimento no Chile é colocado em perigo com essas medidas, elas dão liberdade a um grupo de atores privados para pôr fim às contas bancárias”, afirmou.

Contudo, ele ressalta que estas ações não possuem respaldo legal, pois o Chile não colocou proibições acerca de criptomoedas.

“No Chile, ninguém discute a legalidade dos cripto ativos”, concluiu ele, dizendo que isso deve ser visto como positivo.

México: legislação

Por fim, Garrido explicou que o último ano no México deu maior segurança regulamentar ao ecossistema, mas ainda há medo em relação a uma série de leis secundárias. Ele afirma que ainda há uma grande ignorância das autoridades quando se trata das novas tecnologias. Ele considera necessário que as agências do governo comecem a acreditar nos benefícios, e não atrofiem a inovação.

A Blockchain Association tem ajudado nesse aspecto, dando voz à indústria. Isso já aconteceu com outros países – a organização deu força à esfera.

Todos salientaram que os governos ainda têm muito a aprender em termos de criptomoedas e blockchain. Como solução, os debatedores alegaram ser necessário que a comunidade comece a educar as autoridades sobre o assunto.

Fonte e Foto: Diario Bitcoin