Ethereum pode cair a US$ 1.800 em 2026 segundo Fundstrat

Uma captura de tela atribuída à Fundstrat Research reacendeu o debate sobre o futuro do Ethereum ao projetar uma possível queda do ativo para a faixa de US$ 1.800 no primeiro semestre de 2026. A estimativa chamou atenção porque surge em meio a declarações otimistas de Tom Lee, analista reconhecido da empresa, que tem defendido que o ativo segue subvalorizado.

O imagem circulou no X após divulgação do perfil Wu Blockchain, descrito como uma nota interna datada de 17 de dezembro de 2025. O material, assinado por Sean Farrell, chefe de estratégia de ativos digitais da Fundstrat, carrega o título “2026 Crypto Outlook: Near-Term Headwinds, Second-Half Upside”. Segundo a análise, o setor enfrentaria pressão significativa nos primeiros meses do ano, abrindo apenas depois espaço para um ciclo mais positivo.

Projeções indicam forte correção no início de 2026

O relatório apresenta um cenário base com Bitcoin entre US$ 60.000 e US$ 65.000, Ethereum entre US$ 1.800 e US$ 2.000 e Solana entre US$ 50 e US$ 75. Esses níveis representam, de acordo com Farrell, potenciais oportunidades para o segundo semestre de 2026. No entanto, ele sugere postura defensiva até que o mercado demonstre sinais sólidos de recuperação.

As projeções para o Ethereum ganharam destaque porque o ativo negocia próximo de US$ 3.000. Assim, o intervalo sugerido sinaliza queda relevante, o que contrasta com declarações recentes de Tom Lee. Ele afirmou em eventos públicos que o ativo estaria severamente subvalorizado. Além disso, reforçou expectativas de longo prazo indicando que o Ethereum poderia alcançar US$ 20.000 em 2026.

Após a divulgação do relatório, Farrell utilizou o X para esclarecer que não existe divergência interna na empresa. Ele explicou que a Fundstrat trabalha com metodologias independentes, adaptadas a diferentes perfis de clientes. Segundo o analista, Tom Lee atende grandes instituições com baixa exposição ao setor, enquanto suas análises são direcionadas a investidores mais expostos, que dependem de gestão ativa de risco.

Farrell reforçou que sua projeção não é totalmente pessimista. No entanto, ele destaca que o mercado opera como se estivesse precificado para um cenário ideal. Para ele, ainda existem riscos relevantes. Como incertezas fiscais, volatilidade comercial, dúvidas sobre investimentos em inteligência artificial, transição na liderança do Federal Reserve. E também baixa volatilidade nas principais classes de ativos.

Riscos, fluxos de mercado e possíveis impactos no Ethereum

O analista também comentou sobre os fluxos mistos do setor. Ele vê potencial de demanda de ETFs conforme plataformas institucionais aumentem a exposição. No entanto, aponta pressões de venda no curto prazo vindas de investidores antigos, mineradores, resgates de fundos e até riscos relacionados à possível exclusão da MicroStrategy dos índices da MSCI.

Segundo Farrell, o mercado pode subir no início de 2026 antes de enfrentar nova correção, o que abriria espaço para melhores oportunidades no fim do ano.

A discussão termina com um ponto que muitos leitores não perceberam na onda inicial de indignação gerada pelas capturas de tela: Farrell ainda espera que o BTC e o ETH “desafiem novas máximas históricas até o final do ano”, descrevendo um mercado de baixa mais curto e menos intenso que poderia comprimir a narrativa tradicional do ciclo de quatro anos . “Para aqueles que acompanharam a análise: ainda espero que o BTC e o ETH desafiem novas máximas históricas até o final do ano, encerrando efetivamente o ciclo tradicional de quatro anos com um mercado de baixa mais curto e menos intenso”, escreveu ele via X.

No momento da publicação, o Ethereum era negociado a US$ 3.057.

Ethereum price chart