Crescimento global das Stablecoins enfrenta novos limites
As Stablecoins emergiram como peças centrais do mercado cripto ao oferecerem preços estáveis e eficiência em transações digitais. Além disso, o setor já movimenta mais de US$ 1 trilhão por mês e pode alcançar US$2 trilhões em valor de mercado até o fim da década. No entanto, a expansão acelerada criou preocupações regulatórias em diversas regiões, o que limita seu avanço global.
O sucesso desses ativos deriva de fatores como estabilidade de preços, portabilidade e eficiência tributária. A previsibilidade facilita o uso diário, pois o usuário evita oscilações bruscas. Além disso, converter fiat em ativos tradicionais ainda exige processos complexos em muitos países. Assim, manter valores em Stablecoins torna transações internas mais rápidas. Não por acaso, USDT domina o volume negociado no setor.
A questão tributária também impulsiona essa adoção. Em várias jurisdições, a valorização de criptos gera eventos tributáveis. Como Stablecoins têm variação mínima, empresas e usuários reduzem a chance de cobrança de capital gains em operações rotineiras.
Reguladores criam novas barreiras ao avanço
Apesar do uso crescente, governos veem Stablecoins como concorrentes diretas das moedas nacionais. Portanto, quanto maior o volume movimentado, maior o interesse em regulamentar o setor. A União Europeia avançou com a MiCA, que exige licenças específicas para emissores. Assim, exchanges como Binance e Coinbase removeram USDT e outros tokens relevantes dentro do bloco. Paralelamente, bancos europeus desenvolvem Stablecoins lastreadas em euro.
Nos Estados Unidos, o GENIUS Act impõe regras sobre reservas, transparência e combate à lavagem de dinheiro. Embora seja mais flexível que a MiCA, a legislação exige processos de KYC e AML que adicionam fricção ao uso cotidiano. Portanto, a agilidade, ponto forte das Stablecoins, perde espaço diante dessas exigências.
Japão, Canadá e Chile já adotaram normas próprias. Além disso, Reino Unido, China, Austrália, Brasil e Turquia estudam regulamentações específicas. O resultado é um cenário fragmentado. Quanto mais divergentes forem as regras, menor será a área de atuação dessas moedas digitais.
A diferença entre Stablecoins e Bitcoin
Enquanto Stablecoins dependem de moedas fiduciárias e emissores centralizados, Bitcoin funciona de modo descentralizado e independente de sistemas políticos. Assim, governos têm mais dificuldade em impor restrições diretas ao Bitcoin. Além disso, ele permite transferências diretas entre usuários sem intermediários, algo difícil para Stablecoins devido às exigências legais.
Portanto, mesmo que Stablecoins continuem úteis para pagamentos tradicionais, tendem a enfrentar limites operacionais e geográficos. Bitcoin permanece posicionado para atender cenários de transferência direta de valor sem fronteiras e sem intermediários.
Com a intensificação das normas na Europa e nos EUA, e com outros países adotando medidas semelhantes, a utilidade dessas moedas está atrelada ao equilíbrio entre eficiência e fricção regulatória. Além disso, embora mantenham relevância no mercado cripto, seu crescimento global enfrenta limites definidos por governos, ao contrário do Bitcoin, que segue menos restrito e mais alinhado à proposta de valor digital.