Liquidez dos EUA deve influenciar Bitcoin em 2026
O Bitcoin pode enfrentar um cenário decisivo em 2026, segundo o macro trader Plur Daddy, cuja alegação é que a trajetória do ativo depende da normalização da liquidez nos EUA. Ele afirma que o ambiente esteve extremamente apertado nos últimos meses, prejudicando ativos de risco e influenciando movimentos no mercado cripto.
De acordo com o analista, a pressão sobre o sistema bancário cresceu devido ao avanço da alavancagem na economia, superando a expansão do balanço do Federal Reserve. Isso teria provocado fragilidades nos mercados tradicionais, além de dificultar novas altas do mercado cripto. No entanto, ele acredita que 2026 pode marcar um retorno gradual à neutralidade, mesmo sem uma forte expansão de liquidez.
Fatores macro que podem moldar o desempenho do Bitcoin
O primeiro ponto citado é o programa Reserve Management Purchases do Fed. Após a reunião de dezembro, o banco central anunciou compras de US$ 40 bilhões por mês por três meses, com redução posterior. O analista ressalta que US$ 38 bilhões já foram injetados, porém o efeito inicial teria sido neutralizado por ajustes de fim de ano das instituições financeiras. Assim, ele considera que o impacto real deve começar a aparecer a partir de janeiro.
Ele explica que o programa não equivale a estímulos massivos. Em vez disso, busca apenas aliviar tensões estruturais, movendo o sistema de apertado para normal. Mesmo assim, estima que as necessidades reais do sistema variam entre US$ 100 bilhões e US$ 200 bilhões, o que indica que os primeiros meses do programa são importantes, embora insuficientes para eliminar totalmente o déficit de liquidez.
O segundo ponto envolve o efeito fiscal. O trader espera um aumento moderado no déficit a partir de janeiro, entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões mensais. Embora não resolva a contração recente, representa um alívio incremental após meses de pressão decorrentes de tarifas e ajustes fiscais. Portanto, esse movimento tende a beneficiar moderadamente o mercado.
O terceiro fator é a continuidade da desinflação. Com a economia enfraquecida, porém estável, e a inflação mais baixa, abre-se espaço para cortes de juros. O mercado ainda projeta poucas reduções para o ano, mas o analista acredita em quatro cortes se a política seguir padrões tradicionais, e até mais em caso de mudança na administração presidencial.
Liderança do Fed e efeitos sobre ativos
O quarto vetor é político. Para o analista, um eventual retorno de Trump aumentaria a chance de Kevin Hassett assumir o comando do Fed, já que o ex-presidente considera Powell desleal. A possível troca poderia impulsionar o ouro, enquanto ações passariam por volatilidade inicial antes de se ajustarem.
Para o Bitcoin, o conjunto desses fatores pode criar um ambiente construtivo em 2026. O analista ainda prefere ouro como estratégia, mas reconhece que a melhora gradual da liquidez pode transformar o período atual em oportunidade. No momento da publicação original, o BTC era negociado a US$ 87.053.

No curto prazo, as ações do Fed, a política fiscal, a trajetória da inflação e a escolha do próximo presidente do banco central continuam sendo determinantes. Esses elementos influenciam diretamente a liquidez e, portanto, o comportamento do Bitcoin, moldando as expectativas para o início de 2026.