XRP recua em 2025 mesmo com alta de aportes em ETFs
O XRP começou 2025 sob forte pressão de venda e já registra queda próxima de 7% no ano. Esse movimento amplia uma sequência negativa que se estende por seis meses, mesmo diante do aumento constante de entradas nos ETFs à vista do ativo. Assim, o cenário atual expõe um descompasso entre a demanda institucional e o comportamento do mercado tradicional.
Ciclo de valorização do XRP dá sinais de ruptura
O desempenho recente contrasta com os avanços significativos dos dois anos anteriores. Em 2023, o ativo acumulou alta de 81%, enquanto 2024 encerrou com valorização expressiva de 238%. No entanto, a fraqueza do Bitcoin reduziu o apetite por criptos alternativas, o que intensificou a pressão baixista no mercado.
Além disso, dados on-chain apontam aumento na realização de prejuízos entre detentores de longo prazo durante o quarto trimestre. Esse comportamento, incomum em ciclos anteriores, sugere menor tolerância ao risco. Grandes investidores, que antes mantinham posições em fases de correção, passaram a liquidar parte de seus tokens.
Essa mudança também indica queda na confiança no curto prazo. Portanto, a venda com prejuízo amplia a pressão vendedora e reforça o momento negativo da criptomoeda.
A retração da atividade no XRP Ledger confirma o enfraquecimento da rede. O número de endereços ativos caiu para 34.005, um dos menores patamares mensais recentes. Esse recuo mostra menor participação de investidores de varejo e instituições, criando mais um indicativo de desaceleração interna.
Entradas em ETFs reforçam interesse institucional
No mercado regulado, porém, o movimento segue oposto. Os ETFs de XRP listados nos Estados Unidos acumulam US$ 1,13 bilhão em entradas desde o lançamento e ainda não registraram saídas líquidas. Dessa forma, os fundos somam cerca de US$ 1,25 bilhão em ativos sob gestão.
Só em 23 de dezembro, os ETFs receberam US$ 8,19 milhões. Dados da SoSoValue indicam que o ETF XRPZ, da Franklin Templeton, liderou as entradas, enquanto outros produtos tiveram fluxo neutro devido ao período de menor atividade no fim do ano.
Entre os principais fundos, o XRPC, da Canary Capital, se destaca ao acumular US$ 384 milhões em aportes, superando concorrentes como Bitwise e Grayscale. Além disso, parte dos investidores institucionais realocou capital antes distribuído entre ETFs de Bitcoin e Ethereum para produtos focados em XRP, fortalecendo a presença do ativo em portfólios regulados.
No curto prazo, o contraste entre a pressão vendedora no mercado à vista e o forte fluxo para ETFs define o comportamento do ativo. Por um lado, a queda na atividade da rede e a realização de prejuízos sustentam o movimento de baixa. Por outro, a entrada contínua de capital institucional mostra que o interesse pelo ativo permanece significativo entre investidores que preferem exposição por meio de produtos regulamentados.