SEC expõe fraude cripto de US$ 14 milhões em redes sociais
A SEC revelou uma denúncia contra sete entidades acusadas de conduzir um esquema de fraude com investimentos em cripto que teria causado prejuízo superior a US$ 14 milhões. O caso foi protocolado no Tribunal Distrital do Colorado e detalha uma operação que usou redes sociais e aplicativos de mensagens para enganar investidores.
Segundo o órgão regulador, os responsáveis aplicavam táticas comuns em golpes digitais e abordavam usuários de forma direta em plataformas populares. Além disso, os criminosos se infiltravam em grupos e se passavam por especialistas em finanças, usando linguagem técnica para transmitir credibilidade. Assim, o ambiente informal desses canais facilitava a criação de vínculos com potenciais vítimas.
Entre as entidades citadas aparecem Morocoin Tech, Berge Blockchain Technology e Cirkor. Também são mencionados quatro clubes de investimento: AI Wealth, Lane Wealth, AI Investment Education Foundation e Zenith Asset Tech Foundation. Todas, segundo o processo, integravam uma estrutura coordenada de golpe de confiança baseada no relacionamento com usuários.
Estratégias usadas no esquema fraudulento
A denúncia afirma que o esquema operou entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. Os anúncios em redes sociais direcionavam usuários para grupos no WhatsApp, onde administradores simulavam debates sobre mercado financeiro. Além disso, eles afirmavam usar sistemas de inteligência artificial para gerar recomendações supostamente precisas.
Os grupos reforçavam a aparência de profissionalismo com mensagens constantes que imitavam análises financeiras. Portanto, esse fluxo ajudava a construir confiança entre os participantes. De acordo com a agência, o uso dessas supostas ferramentas de IA reforçava a sensação de segurança e atraía mais vítimas.
Depois de conquistar a confiança, os golpistas instruíam os usuários a abrir contas nas plataformas Morocoin, Berge e Cirkor. No entanto, nenhuma dessas empresas operava como corretora real. A SEC afirmou que não existia qualquer licença ou atividade legítima por trás dos nomes usados.
Outra etapa do golpe envolvia a oferta de tokens de segurança que, segundo o órgão, jamais foram emitidos. As companhias listadas como emissoras também eram fictícias. O objetivo, portanto, era apenas induzir novas transferências.
Saques bloqueados e aumento das perdas financeiras
Quando as vítimas tentavam realizar saques, os administradores exigiam o pagamento antecipado de taxas extras. Essas cobranças ampliavam os prejuízos e impediam qualquer tentativa de recuperar valores. Além disso, os responsáveis enviaram os US$ 14 milhões ao exterior por meio de diversas contas bancárias e carteiras cripto controladas pelo grupo.
A SEC ressaltou que golpes semelhantes se tornaram frequentes e continuam explorando o alcance das redes sociais. Laura D’Allaird, chefe da unidade de cibersegurança e tecnologias emergentes, afirmou que o caso exemplifica a evolução de fraudes baseadas em proximidade digital.
A agência recomendou que investidores verifiquem sempre a legitimidade de ofertas usando plataformas oficiais como o Investor.gov e desconfiem de recomendações compartilhadas em grupos de mensagens.
No conjunto, a denúncia descreve como plataformas inexistentes, clubes falsos e interações simuladas criaram uma estrutura convincente, mas totalmente fraudulenta. Além disso, o uso combinado de redes sociais, ferramentas digitais e falsas credenciais facilitou prejuízos significativos a investidores de varejo.