Na manhã desta segunda-feira aconteceu novamente, BTC subiu para pouco mais de US$ 90.000, apenas para ser violentamente rejeitado nesse ponto e despencar imediatamente de volta ao seu ponto de partida.

A maioria das altcoins de maior capitalização seguiu o mesmo caminho, com o ETH oscilando entre US$ 3.050 e US$ 2.960 em questão de horas.

Bitcoin parou mais uma vez

O  gráfico abaixo demonstra claramente a incapacidade do Bitcoin de romper a resistência de US$ 90.000, apesar de diversas tentativas nas últimas semanas. De fato, a resistência foi rejeitada pelo menos seis vezes desde 16 de dezembro.

O que se seguiu foram alguns dias de negociação lateral, em que o BTC permaneceu entre US$ 87.000 e US$ 88.000. Os compradores voltaram à ofensiva hoje cedo, levando a criptomoeda a mais uma alta semanal de US$ 90.400.

No entanto, nesta madrugada, o impulso perdeu ritmo poucas horas depois, e o ativo retornou ao campo negativo, alinhado ao sentimento mais cauteloso dos mercados globais.

Por volta das 8h30, o Bitcoin era negociado perto de US$ 87.638, em leve queda de 0,2%. Além disso, a liquidez reduzida típica do período de festas contribuiu para a volatilidade. Convertido para o real, o preço girava em torno de R$ 486.288.

Mercado reage à volatilidade do BTC

O ajuste do Bitcoin influenciou as principais altcoins, que também exibiram movimentos moderados. O Ethereum avançava cerca de 0,6%, sendo negociado próximo de US$ 2.960 após registrar alta intradiária de 2% mais cedo. Já o XRP está abaixo do suporte crucial de US$ 1,90. Solana e Dogecoin mostravam altas de 0,6% e 1%, respectivamente, depois de ganhos mais amplos durante a madrugada. O BNB retornou a US$ 856.

Em uma escala diária, SOL, ZEC e DOGE estão ligeiramente em alta, enquanto BCH foi a altcoin que mais perdeu valor entre as de maior capitalização. CC subiu quase 4%, chegando a quase US$ 0,125.

O comportamento das criptomoedas acompanhou a pressão dos mercados tradicionais. Os futuros do Nasdaq 100 registravam queda de aproximadamente 0,5%, indicando um início de semana mais contido nos Estados Unidos. Assim, a correlação entre Bitcoin e Nasdaq voltou a se intensificar, fenômeno comum em períodos de maior aversão ao risco.

Liquidez baixa e queda no mercado futuro

Com o recuo do Bitcoin, o mercado futuro também apresentou ajuste. Dados da Coinglass indicam que o interesse em aberto dos contratos futuros globais caiu para cerca de 533.000 BTC, abaixo dos 540.000 BTC registrados no início da madrugada. O número havia subido de forma expressiva quando o ativo tocou os US$ 90 mil, refletindo um apetite por risco que se dissipou ao longo das horas seguintes.

“Uma tendência interessante tem sido o desempenho nitidamente inferior durante o fuso horário dos EUA, provavelmente impulsionado pela pressão vendedora proveniente do fluxo de compensação fiscal de fim de ano”, destacaram analistas da Laser Digital.

Segundo especialistas da empresa, esse comportamento costuma aumentar no fim do ano, quando investidores buscam reequilibrar portfólios e realizar ajustes fiscais. Além disso, o desempenho abaixo da média das criptomoedas ao longo de 2024 reforçou esse movimento.

No cenário de médio e longo prazo, algumas análises permanecem otimistas. John Glover, diretor de investimentos da Ledn e especialista em Ondas de Elliott, afirma que a estrutura gráfica do Bitcoin segue favorável. Ele avalia que o curto prazo pode permanecer instável. Porém, o ativo tende a se manter lateralizado ou com leve queda nas próximas semanas, criando oportunidades para aumentar posições compradas entre US$ 71 mil e US$ 84 mil.

Portanto, o desempenho desta segunda-feira reforça um ambiente de maior cautela, marcado por baixa liquidez e forte influência do mercado tradicional. A queda após o teste dos US$ 90 mil demonstra que a volatilidade continua determinante no comportamento diário do setor. Além disso, a redução das posições alavancadas e a disparidade entre diferentes fusos horários evidenciam como os ajustes de fim de ano seguem moldando os movimentos de curto prazo.