O mercado de cripto passa por uma transformação profunda, segundo o CEO da Galaxy Digital, Mike Novogratz, em uma recente conversa  de fim de ano com Alex Thorn, da Galaxy Research. Para Mike, a fase dominada por narrativas e forte engajamento comunitário dá lugar a um ciclo centrado em métricas concretas e modelos de negócio sustentáveis. Nessa transição, XRP e Cardano entram em avaliação rigorosa enquanto investidores buscam diferenciação entre ativos que funcionam como dinheiro digital e aqueles que dependem de utilidade prática.

O executivo afirmou isso durante uma conversa de fim de ano com Alex Thorn. Ele destacou que muitos ativos cresceram sustentados apenas pelo entusiasmo das comunidades, mas esse movimento enfraquece à medida que o setor amadurece. Ao longo do diálogo, Novogratz ressaltou que investidores agora priorizam casos de uso reais e geração de valor objetiva.

Maturação do mercado pressiona modelos de valor

Segundo o CEO, o Bitcoin já se consolidou como ouro digital. Assim, não depende de aplicações específicas nem de ecossistemas amplos para justificar sua relevância. No entanto, ele observa que XRP e Cardano pertencem a outra categoria. Esses ativos operam como infraestruturas de pagamentos e contratos inteligentes, o que os aproxima de modelos empresariais que exigem resultados práticos para sustentar valoração.

Ainda assim, Novogratz reconhece que as duas comunidades demonstraram resiliência. Elas se mantiveram ativas durante longos períodos de baixa e enfrentaram disputas jurídicas complexas. No entanto, essa força social pode não ser suficiente no novo ciclo, que tende a valorizar desempenho, adoção institucional e integração com soluções reais.

Pressão crescente por utilidade prática

O executivo usou como exemplo a plataforma Hyperliquid, que adota modelos de tokenomics semelhantes ao mercado acionário. Parte dos lucros do protocolo é destinada a recompras e queimas de tokens, conectando o sucesso operacional ao valor de mercado. Para ele, esse tipo de estrutura representa o futuro dos ativos digitais. Assim, XRP e Cardano precisam avançar na entrega de infraestrutura essencial.

Novogratz afirma que essa mudança se intensificará nos próximos 12 a 36 meses. Portanto, os projetos terão de demonstrar impacto direto no uso cotidiano, especialmente no setor financeiro. Ele avalia que, até 2026, carteiras digitais evoluirão para neobancos completos, integrando ações tokenizadas, stablecoins e serviços tradicionais.

Desafios estratégicos para XRP e Cardano

No curto prazo, o cenário permanece desafiador. A demanda por utilidade real aumenta, enquanto investidores observam métricas que evidenciem escalabilidade, eficiência e potencial de receita. Assim, XRP e ADA atravessam um momento decisivo. Ambos precisam mostrar que podem se destacar além do engajamento comunitário.

Além disso, Novogratz reforça que a maturidade do mercado reduz a influência de narrativas puramente emocionais. Projetos que não demonstram entrega consistente podem perder espaço para plataformas mais alinhadas ao novo padrão de valor. Esse movimento tende a acelerar à medida que novos protocolos, baseados em tokenomics eficientes, ganharam adoção em 2024 e 2025.

O futuro para ativos veteranos

A avaliação do CEO indica que ativos antigos permanecem sob observação, mas não estão descartados. Contudo, ele enfatiza que a sustentabilidade dependerá de avanços concretos em infraestrutura. Além disso, a integração com sistemas financeiros emergentes pode definir o grau de relevância de cada projeto.

Dessa forma, os próximos anos serão determinantes para o posicionamento de XRP e Cardano no mercado global. Investidores devem acompanhar a evolução de suas soluções e sua capacidade de competir em um ambiente que exige clareza, eficiência e valor mensurável.