Bitcoin cai após transferência da BlackRock para a Coinbase
O movimento recente da BlackRock pressionou o Bitcoin após a gestora enviar uma grande quantidade de BTC para a Coinbase. O mercado já enfrentava dificuldade para sustentar o preço acima de US$ 90.000. Assim, a nova transferência elevou o temor de novas vendas institucionais e reforçou o clima de cautela entre investidores.
Mercado reage à nova movimentação institucional
Dados da Arkham indicam que a BlackRock depositou 2.201 BTC na Coinbase. O valor supera US$ 192 milhões. Além disso, esse repasse ocorreu logo após o fundo BTC ETF da gestora registrar forte saída no dia 26 de dezembro. Somando todos os ETFs de Bitcoin, as retiradas ultrapassaram US$ 275 milhões no período.
Os ETFs de Bitcoin enfrentam sete dias consecutivos de fluxo negativo. Por isso, a BlackRock também movimentou outros 6.174 BTC na semana anterior. Assim, parte das moedas pode ter sido direcionada à venda para atender resgates de cotistas. O conjunto dessas ações impediu que o ativo consolidasse ganhos acima de US$ 90.000.
No dia 28 de dezembro, o Bitcoin conseguiu romper brevemente essa região. No entanto, a alta durou pouco. Logo após o mercado identificar a transferência recente da gestora, ocorreu uma correção imediata. O analista Martini afirmou no X que Binance, Wintermute, Coinbase e Fidelity também teriam vendido quantias relevantes de BTC. Segundo ele, o movimento combinado pode ter chegado a US$ 3,5 bilhões.
Oscilações acentuadas reforçam volatilidade
O especialista Bull Theory relatou comportamento atípico no fim de semana anterior. Segundo ele, o Bitcoin subiu cerca de US$ 3.000 e superou novamente os US$ 90.000. O avanço encerrou mais de US$ 100 milhões em posições vendidas. No entanto, a criptomoeda devolveu o movimento na manhã seguinte e caiu cerca de US$ 2.700, liquidando posições compradas.
Com isso, toda a alta foi anulada. O ativo segue com queda superior a 6% no acumulado anual, o que mantém o pessimismo no curto prazo.

Analistas buscam sinais de recuperação
Em meio à forte volatilidade, Kevin Capital destacou no X que vários indicadores apontam para possível recuperação do Bitcoin em relação ao ouro e a índices acionários. Segundo ele, os dados sugerem proximidade de um fundo local. Além disso, o analista acredita que o ativo pode ter desempenho superior nas próximas semanas.
No início do ano, o Bitcoin superou esses ativos. No entanto, perdeu força após a correção intensa de 10 de outubro. Desde então, o ouro acumula valorização acima de 60%, enquanto o S&P 500 sobe cerca de 17% no período.
O analista Ted Pillows também afirmou que, pela primeira vez desde julho de 2025, os detentores de longo prazo interromperam vendas de BTC. Para ele, esse comportamento pode indicar força futura e maior estabilidade.
No momento da escrita, o Bitcoin opera próximo de US$ 87.300, com queda superior a 3% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinMarketCap.
BTC no gráfico diário, fonte: TradingView
Com as saídas dos ETFs, a movimentação da BlackRock e a liquidação de posições, o Bitcoin permanece sob forte pressão no curto prazo. Assim, investidores observam o peso das vendas institucionais e aguardam sinal mais claro de estabilização.