Sequestradores que pediram resgate em Bitcoin são presos na África do Sul
Sequestros com resgates em criptomoedas estão se tornando comuns
Duas pessoas foram presas em Mpumalanga, na África do Sul, em conexão com o sequestro de um garoto de 13 anos em Witbank, sendo o resgate de US$120 mil exigido da família em Bitcoin.
Polícia local prende sequestradores
O Times da África do Sul relatou que após o sequestro ocorrido em maio de 2018, o Serviço de Polícia Sul Africano (SAPS) criou uma equipe especial para lidar com sequestradores querendo facilitar suas atividades por meio do anonimato relativo das criptomoedas.
Falando ao Times, o brigadiano da SAPS, Leonard Hlathi, afirmou:
“Esses casos foram os primeiros desse tipo em Mpumalanga, e uma força-tarefa de diferentes unidades dentro do Serviço de Polícia Sul Africano foi imediatamente estabelecida pela gestão policial, a fim de investigar esse caso.”
No dia 20 de maio, a vítima foi abduzida em seu retorno para casa. Os sequestradores a arrastaram para um Corolla prata e fugiram durante o dia, enquanto as câmeras de vigilância de um vizinha capturaram o sequestro. Os pais do garoto – que à época nem sabiam o que era Bitcoin – chegaram em casa e se depararam com uma carta demandando US$120 mil em BTC.
De acordo com a força-tarefa responsável por investigar o caso, o primeiro suspeito foi preso em Germiston, em Gauteng, em novembro, enquanto o segundo suspeito foi preso no dia 30 de dezembro, em Ladysmith, KwaZulu-Natal. Ambos os suspeitos foram interrogados e ambos bolaram o plano de pedir o pagamento em Bitcoin no resgate. Na terça-feira, eles foram apresentados à corte e uma fiança de 1000 rands foi estabelecida.
Demandas por resgates em Bitcoin se tornam mais comuns
Em setembro, um incidente semelhante ocorreu em Cape Town, na África do Sul, quando o empresário local Liqayat Parker foi sequestrado em seu caminho até o trabalho, tendo seus sequestradores ordenado 50 BTC como resgate. Ainda é incerto se o resgate foi pago antes de Parker ser libertado, o que durou 2 meses. Em outros casos ao redor do mundo, resgates em Bitcoin têm sido pagos aos sequestradores.
Em dezembro de 2017, cerca de US$1 milhão em Bitcoin foi pago para sequestradores que abduzira o executivo de uma exchange, Pavel Lerner, na Ucrânia. Um mês antes, a polícia turca em Istambul anunciou a prisão de um grupo de gangsters locais que se especializaram em extorquir Bitcoin de alvos que eles identificavam nas redes sociais.
O uso de Bitcoin e outras criptomoedas para facilitar os crimes offline permanece algo ainda obscuro para os órgãos policiais, que tendem a focar no papel do crime organizado e organizações cibercriminosas. Com esse e outros incidentes na África do Sul, além de outros lugares do mundo, parece uma questão de tempo até que as autoridades criem divisões dedicadas a sequestros relacionados a criptomoedas.
Fonte: CCN