Relatório aponta que esquemas e roubos envolvendo criptomoedas atingiram US$1.7 bilhão em 2018
Apesar da queda no valor dos ativos, os esquemas continuaram “lucrativos”
Com um crescimento de mais de 400% , as fraudes e roubos envolvendo criptomoedas atingiram um valor em torno de US$1.7 bilhão em 2018.
Os dados foram apresentados em um relatório divulgado nesta terça-feira, 29 de janeiro, pela CipherTrace, empresa americana de segurança cibernética. De acordo com as pesquisas, US$950 milhões são resultado de roubos em exchanges e serviços de infraestrutura (wallets), um crescimento de 260% em relação a 2017, ano no qual a quantia atingiu US$266 milhões.
A maior parte dos ataques a exchanges ocorreram no Japão e na Coreia, que juntos apresentam 58% do total de 2018.
Tais dados surpreendem devido à queda no valor das criptomoedas ao longo do último ano. Em janeiro deste ano a capitalização de mercado atingiu US$112 bilhões, uma queda de mais de 80% em relação ao mesmo período em 2018.
O relatório também apontou que tanto investidores quanto usuários de casas de plataformas de cripto perderam cerca de US$725 milhões em criptomoedas graças a ICOs fraudulentas, esquemas Ponzi e falsas exchanges.
De acordo com a CipherTrace, em 2017 tais golpes totalizaram um valor aproximado de US$56 milhões.
“Esses números representam apenas os saques de crimes relacionados a cripto que o CipherTrace conseguiu validar; temos poucas dúvidas de que o número real de perdas de criptoativos é muito maior”, afirmou a empresa.
Ainda no relatório a firma declarou que durante os primeiros três trimestres o cenário dominante consistia em roubos de hackers, ao passo que o quarto trimestre foi marcado por trabalhos internos ou fraudes.
“Temos visto novos tipos de crimes que envolvem lavagem de dinheiro (…) vimos em 2018 muito mais golpes nos quais as empresas desaparecem e roubam o dinheiro das pessoas. Há um grande aumento nesta área.”, disse Dave Jevans, diretor executivo da empresa.
Jevans também atua como presidente do Anti-Phishing Working Group, organização internacional que auxilia na resolução de crimes cibernéticos. De acordo com ele, a maior parte da quantia roubada no último ano já foi lavada.
“Estes maus atores certamente estão migrando para jurisdições com fracos regimes antilavagem de dinheiro e KYC (know-your-costumer), pois em nosso relatório do terceiro trimestre, publicamos resultados de uma pesquisa que mostrava que 97% do fluxo de Bitcoin ‘crimonoso’ ia para exchanges não regulamentadas”, acrescentou o relatório.
FONTE: REUTERS
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.