Ainda que relutantes, comportamento dos consumidores sobre utilizar Bitcoin em pagamentos está mudando
Consumidores estão começando a utilizar mais Bitcoin em suas compras
Dados recentes mostram que a adoção de Bitcoin aumentou em mais de 700% durante os últimos seis anos no mundo todo, de acordo com a Coinma. Em contraste, uma pesquisa mais antiga mostra que compradores online ainda estão relutantes para realizarem pagamentos por meio de criptomoedas, embora a tendência indique que isso possa estar mudando.
No dia 16 de fevereiro, o Kaspersky Labs, uma empresa russa de cibersegurança, postou os resultados de uma pesquisa que sugeriu que pagamentos baseados em criptomoedas ainda são um dos menos populares métodos para conduzir pagamentos online.
Notadamente, 13% dos que responderam a pesquisa do Kaspersky afirmaram que eles já utilizaram BTC ou outra criptomoeda para realizarem compras por meio de sites de e-commerce.
A recente pesquisa realizada pelo Kaspersky Labs consistiu em coletar respostas de mais de 13 mil compradores online, localizados em 22 diferentes países.
Enquanto isso, 81% daqueles que responderam a pesquisa afirmaram que eles preferem utilizar um cartão de crédito emitido por um banco para pagar por itens online. Isso sugere que criptomoedas ainda não são um método de pagamento amplamente utilizado, entretanto, diversas lojas no mundo todo começaram a aceitar criptomoedas.
Ademais, o número de localizações nas quais o Bitcoin pode ser utilizado para efetuar compras também cresceu consideravelmente. Atualmente, exchanges de criptomoedas que são mais convenientes e amigáveis ao usuário, especialmente quando comparadas a Mt. Gox ou Silk Road. Além disso, Bitcoin e outras criptomoedas estão disponíveis “fisicamente”, com mais de 3600 ATMs disponibilizados desde 2016.
Bitcoin como meio de troca
A aceitação dos usuários é um problema para a adoção de criptomoedas, especialmente em locais com infraestrutura pouco flexível. Tendo em vista que as criptomoedas comprometem as companhias de processamento de pagamento, é pouco provável que estes conglomerados facilitem a proliferação das criptomoedas — fazendo lobby com reguladores e colocando cripto projetos em listas negras em seus serviços, essas companhias podem dificultar o sucesso das criptos em economias de primeiro mundo.
A pesquisa também ressalta outro problema dentro da comunidade do Bitcoin: o debate entre meio de troca e reserva de valor. A maior coalizão, Bitcoin Core, tem suporte para um ciclo de desenvolvimento mais conservador para o Bitcoin, que enfatiza segurança sobre melhorias em volume de transação (o que diminuiria o tempo necessário para que as transações fossem processadas, além de reduzir as taxas).
Por outro lado, projetos como Bitcoin Cash tendem a buscar ciclos de desenvolvimento mais agressivos, com ênfase em melhorar a capacidade transacional rapidamente, com a intenção de adquirir uma adoção ampla de vendedores.
Outras criptomoedas estão, contudo, tirando vantagem do progresso relativamente lento dos diferentes projetos do Bitcoin. Por exemplo, a Brave recentemente anunciou que seu Basic Attention Token (BAT) é diretamente compensável com mais de 250 mil marcas, por meio de uma parceria de marketing firmada. A Litecoin, outra concorrente que se promove como um complemento de baixo custo ao Bitcoin, tem feito esforços de marketing massivos ao patrocinar diversos eventos de esporte.
Se uma porção substancial de usuários acredita que as criptomoedas podem ser classificadas como ativos especulativos ou reserva de valor, então o número de vendedores aceitando Bitcoin e outras moedas pode ser irrelevante. Ademais, se o objetivo é o crescimento lento e estável da adoção do dinheiro eletrônico peer-to-peer, então talvez o Bitcoin Core já esteja fazendo um progresso satisfatório rumo este objetivo — embora muitos discordem.
Fonte: CryptoSlate