Startup de criptomoedas brasileira BitJá mira na Holanda para prospecção de capital
Empresa brasileira irá participar de evento na Holanda
A cidade de Recife (PE) tem cada vez mais se consolidado como um dos maiores polos digitais do país, chegando a conquistar a reputação de Vale do Silício brasileiro.
Neste ecossistema tecnológico, também conhecido como Porto Digital, surgiu o BitJá, empresa especializada em negociações de criptomoedas que na próxima semana irá embarcar para a Holanda com o objetivo de participar do Bootcamp da The Hague Tech, um programa imersivo que coloca startups estrangeiras em contato com investidores holandeses com a finalidade de prospectar possíveis parceiros, consumidores e fornecedores. O encontro irá acontecer nos dias 9 a 11 de abril, na cidade de Haia.
Fruto de uma associação entre a prefeitura de Haia e membros do ecossistema holandês, o Bootcamp terá foco nos benefícios e desafios que startups encontram para sua instalação, por meio de soft landing, além de visitas de imersão e mesas redondas de negócios e investimentos, representando uma grande oportunidade para empresas que estão justamente em processo de captação financeira e networking.
Na opinião de Victor Cavalcanti, CEO do BitJá, a viagem pode enriquecer muito o vínculo entre os ecossistemas do Brasil e Holanda.
“Nosso atual modelo de negócios apoia-se em parcerias com exchanges de criptomoedas e a Holanda tem plataformas de alta qualidade, como Litebit e BL3P. Planejamos fazer parcerias e servir como uma ponte entre o mercado brasileiro e todos os investidores com os quais entrarmos em contato”.
O BitJá é uma startup focada em oferecer liquidez e as melhores cotações de criptomoedas, motivo pelo qual possui contas em diversas exchanges no mundo inteiro. A empresa acredita que atualmente a plataforma é mais valiosa para os mercados em desenvolvimento, onde a liquidez é normalmente muito pequena.
“Se conseguirmos nos estabelecer na Holanda, seremos capazes de fortalecer nossas parcerias na Europa e melhorar a oferta de criptoativos para os mercados em desenvolvimento”, pontua Victor.
Articulações promissoras
Fundada há um ano, a empresa já acumula conquistas significativas que podem pesar positivamente durante as articulações nos Países Baixos.
“Fechamos uma parceria com um dos escritórios de advocacia que representa a Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB) e, em dezembro de 2018, conseguimos chegar na etapa final do processo seletivo do programa de aceleração da YCombinator, uma das maiores aceleradoras de startups do mundo”, destaca o CEO.
- Leia mais: Com anúncio de encerramento, exchange Troca.Ninja afirma que um novo projeto está a caminho
Além disso, em Recife o BitJá se tornou também um dos mais importantes incentivadores do aprendizado na tecnologia blockchain.
“Lá somos responsáveis, com a colaboração da Softex (associação de empresas de TI do Porto Digital), por uma série de eventos que tem como objetivo ensinar blockchain para a comunidade. Desde o ano passado, começando em agosto, conseguimos reunir palestrantes de todas as empresas de blockchain no Recife e até de fora da cidade, como o presidente da ABCB, e um treinamento sobre contratos inteligentes (smart contracts) de uma empresa sediada em Singapura. Essa iniciativa gerou um ambiente de parceria muito bom entre as empresas de blockchain em Recife”.
Próximos passos
Desde o lançamento oficial da versão beta, em outubro de 2018, a startup demonstrou grande desenvolvimento, com um crescimento de mais de 100% registrado em fevereiro. Seu algoritmo está conectado a 4 exchanges ao redor do mundo e pode facilmente ser adaptado para muitas outras.
Com grandes objetivos a serem alcançados, o CEO do BitJá revela que os planos não são poucos.
“Queremos aperfeiçoar nossa operação no mercado brasileiro, buscando maneiras mais eficientes de conquistar usuários não familiarizados com a tecnologia, além de explorar todo o potencial do nosso algoritmo, ao oferecer outros serviços financeiros que possam se beneficiar da tecnologia”.
Ademais, o BitJá espera colher bons frutos em terreno europeu.
“A Holanda e seus conterrâneos estão muito abertos às inovações trazidas pelas criptomoedas e o país também é um centro muito importante no setor de fintech. É por isso que acreditamos que conhecer o ecossistema holandês – principalmente como o que existe em Haia – é uma oportunidade inestimável de fazer negócios”, conclui Victor.
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.