Grupo terrorista muda método de captação de doações em Bitcoin para evitar bloqueio de exchanges
Hamas muda sistema de captação de doações
No final de janeiro o WeBitcoin noticiou que o Hamas, maior organização islâmica dos territórios palestinos, pediu doações em Bitcoin para continuar seu combate contra Israel. Aparentemente a captação de recursos pelo grupo foi dificultada após ser classificado como terrorista pelos Estados Unidos e União Europeia, recorrendo à criptomoeda como uma forma de contornar a situação.
Em fevereiro o grupo passou a receber as primeiras doações, mas o endereço de recebimento rapidamente foi descoberto pelas autoridades, que ameaçaram processar a exchange Coinbase caso continuasse permitindo a captação de fundos para a conta da organização em sua plataforma.
Para tentar contornar a situação e continuar recebendo as doações, uma pesquisa realizada pela Elliptic, empresa de análise focada na tecnologia blockchain, aponta que o site criado pelo grupo gera uma nova carteira a cada transação, dificultando o acompanhamento das movimentações por parte das autoridades.
De acordo com a empresa, em casos onde uma única carteira é utilizada, a mesma pode ser “marcada” para todas as exchanges, permitindo a identificação e o bloqueio dos fundos enviados. Entretanto, no caso citado acima a situação se complica, visto que as autoridades não conseguem acompanhar a quantidade de carteiras geradas com precisão.
Estima-se que até o momento o grupo tenha arrecadado cerca de US$7.400 para a causa.
“Eles ainda estão em estágio de experimentação, tentando, vendo o quanto podem arrecadar e se isso funciona”, disse Tom Robinson, cofundador da Elliptic.
De acordo com a Reuters, o grupo publicou um vídeo ensinando os doadores em potencial a como enviar os fundos sem utilizar o sistema financeiro tradicional. O “tutorial” mostra como enviar Bitcoin diretamente através das exchanges, orientando ainda o uso de um dispositivo público para que a transferência não seja vinculada ao IP do doador.
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Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.