Presidente do Banco Central francês: Moeda do Facebook deve obedecer leis antilavagem de dinheiro
François Galhau fala sobre a criptomoeda do Facebook em entrevista
Durante uma entrevista concedida à revista francesa L’OBS, o Presidente do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, afirmou que a Libra, criptomoeda do Facebook, deve buscar conformidade com as leis antilavagem de dinheiro.
Falando sobre o anúncio do ativo, Galhau afirmou que o projeto ainda não foi esclarecido, estando cercado de muitas perguntas. Citando a incerteza quanto à reserva de valor por trás da stablecoin, ele aponta que não foram revelados detalhes sobre as moedas que compõe sua garantia, ou informações sobre suas volatilidades, afirmando que as respostas de tais perguntas são cruciais aos portadores.
De acordo com a Reuters, François declarou ainda que a equipe por trás da Libra deve buscar por uma licença bancária, caso a moeda vá oferecer serviços inerentes a um banco. Ele reafirmou sua posição dizendo ainda que, enquanto houver espaço para aprimorar pagamentos transfronteiriços, a Libra deve seguir normas antilavagem.
“Os riscos são aumentados pelo anonimato que os usuários da Libra teriam (…). Se o projeto busca atuar além do pagamento para oferecer serviços bancários, como depósitos, ele deve ser regulamentado como um banco, com uma licença bancária em todos os bancos operantes. De outra forma, seria ilegal.”
Ele afirmou ainda que a equipe por trás do projeto deve garantir que todos os dados detidos sobre usuários e transações estejam completamente seguros.
Como apontado por Stephen Moore, famoso economista americano, muitos entusiastas acreditam que não só a Libra, como todas as criptomoedas representam um desafio e uma forte competição para Bancos Centrais. A opinião também é compartilhada por Caitlin Long, cofundadora da Aliança Blockchain de Wyoming, que declarou que a criptomoeda do Facebook poderá resultar na desvalorização de moedas fiat, acrescentando que “suspeita” que bancos centrais de países emergentes estejam nervosos em relação ao novo ativo.
De acordo com François, no entanto, o papel do Banco Central “não é ter medo de inovações, pelo contrário, mas garantir a estabilidade do sistema financeiro e confiança na moeda e, assim, garantir a proteção dos consumidores.”
Anteriormente o WeBitcoin noticiou que o G7 irá criar uma força-tarefa para avaliar sob que perspectivas os bancos centrais podem regulamentar os ativos digitais. A iniciativa liderada pela França foi impulsionada pelos anúncios da Libra. De acordo com relatos, o país se opõe à possibilidade do ativo assumir a posição de moeda soberana.
- Veja também: Genebra vai sediar a Associação Libra
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.