Banco Central do Brasil ainda não tem posição oficial sobre a Libra
Em pronunciamento recente, o presidente do Banco Central do Brasil, diz que é preciso saber mais sobre o ativo, para essa definição. Roberto Campos Neto também disse que as criptomoedas são agentes de modernização
No recente momento de apresentação do relatório trimestral de inflação, como destaca matéria do Cointelegraph, o presidente do Banco Central do Brasil disse que a instituição ainda não definiu uma posição oficial sobre como lidar com a Libra, a moeda virtual lançada pelo Facebook, que deve entrar em operação no ano que vem. O que se pode perceber é que Roberto Campus Neto parece não demonstrar resistência prévia, já que, de acordo com o portal de notícias cripto, ele também destacou que não só essa, como as criptomoedas em geral, ajudam as entidades financeiras oficiais a se atualizar.
Aprofundando a análise em torno da Libra, o executivo ressaltou que ainda não considera claro o fato de se tratar, efetivamente, de uma moeda virtual, ou de um ativo que se enquadra na categoria que ele chamou de “token asset”. Esse, na visão de Campos Neto, é um conceito que engloba os produtos financeiros digitais que, supostamente, possuem lastro.
Para o presidente do Banco Central brasileiro, apesar de não haver informações suficientes para uma decisão sobre como tratar a Libra, no contexto do cenário financeiro nacional, é fato que os bancos centrais precisam se posicionar no que diz respeito às perspectivais digitais do mercado financeiro. Ao contrário de seu antecessor, Ilan Goldfajn, que afirmava considerar as criptomoedas um risco à economia, o novo dirigente da entidade, que tomou posse em fevereiro, tem se mostrado um defensor da tecnologia blockchain, num trabalho que é visto como transformador da visão do Banco Central.
“O que eu acho que é importante é que os Bancos Centrais, e isso tem sido uma conversa constante nas reuniões entre os banqueiros centrais internacionais, têm que tomar a frente; têm que tomar a iniciativa de criar um processo mais moderno e mais digital. Porque, na medida em que o comércio internacional aumenta; que as pessoas tem opção de comercializar e fazer negócios em diversas partes do mundo, obviamente, se os bancos centrais não oferecerem uma solução muito boa e muito rápida para este meio digital, outra soluções virão”, disse Roberto Campos Neto, segundo o Cointelegraph.
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Um pouco mais sobre o perfil
Bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia, o atual presidente do BC tem, como informa a Agência Brasil, uma consolidada trajetória no mercado financeiro, com atuação em diferentes bancos. Quando da sua indicação ao cargo, na carta enviada ao Senado, como parte da análise de seu nome, Roberto Campos ressaltou que vem estudando o desenho do sistema financeiro do futuro, incluindo a tecnologia blockchain e os ativos digitais.
No documento, ele também destacou que uma das contribuições pretendidas para a sua gestão era preparar o Banco Central para esse mercado futuro, no qual as tecnologias avançam exponencialmente e aceleram transformações. Recentemente, como também informa a matéria do Cointelegraph, o BC tornou público o projeto que ganhou o nome de Agenda BC#. Dentre os principais focos estão modernizar os procedimentos da instituição, com adequação ao blockchain, e aliar inovação tecnológica a uma agenda microeconômica da instituição. Um conjunto de objetivos norteado pelas dimensões de inclusão, competitividade, transparência e educação financeira.
Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.