ONU quer boicotar conferência sobre criptomoedas na Coreia do Norte
A ONU pretende boicotar a conferência de criptomoedas na Coreia do Norte, por abordar tema em que ensina como a criptomoeda é útil para lavagem de dinheiro.
A notícia foi divulgada pela Reuters, que afirma que especialistas em sanções internacionais da ONU, em relatório a ser entregue ao Conselho de Segurança da ONU, haviam convidado os participantes a não comparecerem ao evento que será realizado de 22 a 29 de fevereiro em Pyongyang.
Esta é a segunda edição da Conferência de Blockchain e Criptomoeda de Pyongyang. A primeira foi realizada em abril de 2019 e foi um sucesso em termos de participação, de acordo com o site oficial, tanto que os organizadores queriam replicá-lo.
No entanto, especialistas da ONU argumentam que entre os tópicos da agenda, também haverá a questão de como a criptomoeda é útil para a lavagem de dinheiro e para evitar sanções. Por esse motivo, é necessário que os países dos convidados façam algo para impedir qualquer intenção que possa ajudar nesse sentido.
Além disso, a Coreia do Norte conseguiu arrecadar US$2 bilhões para investir em armas de destruição em massa usando um sistema de ciberataques “amplos e sofisticados” contra bancos e exchanges de criptomoedas, segundo a ONU. É, portanto, necessário proibir esse tipo de participação.
É proibido ir à conferência de criptomoedas na Coreia do Norte
Já existe um precedente de um desenvolvedor da Ethereum preso por participar da última conferência em abril. Diz respeito a Virgil Griffith, que de acordo com as autoridades americanas, viajou para a Coreia sem permissão, enquanto seu discurso na conferência constituiria uma violação da proibição de prestação de serviços à República da Coreio do Norte, que deve ser autorizada pelos Estados Unidos.
A acusação é que ele conspirou e violou a Lei Internacional dos Poderes Econômicos de Emergência. Griffith teria recebido uma proibição expressa, mas mesmo assim havia participado do evento com o discurso dedicado à tecnologia blockchain.
Virgil Griffth foi preso no final de novembro de 2019, mas foi libertado sob fiança. No momento de sua prisão, o co-fundador da Ethereum, Vitalik Buterin o defendia. Antes de viajar, Virgil comunicou que era uma iniciativa pessoal e não representaria a fundação Ethereum. Quando ele foi preso, o Vitalik Buterin confirmou esta versão dos fatos e acrescentou:
“Não acho que o que Virgil tenha dado à RPDC algum tipo de ajuda real para fazer algo ruim. Ele fez uma apresentação com base em informações publicamente disponíveis sobre software de código aberto. Não houve hacker estranho ou um “tutorial avançada”. E se houvesse alguma indicação de que estava indo nessa direção, eu teria reagido muito mais fortemente contra”, finaliza Vitalik.
Palavras caídas em ouvidos surdos, pois o julgamento contra o desenvolvedor continuará e as próprias Nações Unidas estão desencorajando a participação no evento norte-coreano.
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Imagem asierromero por Freepik.
Fonte: Cryptocurrency
Graduada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e Pós-Graduada em Comunicação em Redes Sociais.