Mesmo próximo ao halving, hashrate do Bitcoin despenca sob efeitos da crise do coronavírus
Hashrate do Bitcoin acompanha os preços e apresenta queda significativa
O momento atual é delicado para a maioria dos mercados, e isso inclui o Bitcoin. Ainda que tenha conseguido uma leve recuperação nos últimos dias, os impactos negativos da crise do coronavírus ainda colocam o BTC com 30% de desvalorização no mês de março. E o pior, forte queda no hashrate.
Esse ponto, por sinal, vinha sendo destaque durante a maior parte de 2020. Para se ter ideia, já foram registradas quatro novas altas históricas (ATH) no hashrate do Bitcoin durante os três meses do ano até aqui.
Entretanto, a crise do coronavírus chegou e com ela vieram as quedas, tanto no preço como no hashrate.
O dia 12 de março, por exemplo, deverá ser lembrado por muito tempo como o dia da maior queda do BTC (em um período de 24 horas). No total tivemos mais de 37% de perdas e um número incalculável de liquidações.
Oficialmente já podemos dizer que o Bitcoin acusou o golpe, e isso fica ainda mais claro se deixarmos o preço um pouco de lado e nos atentarmos à mineração.
Em 29 de fevereiro desse ano, a mineração de Bitcoin registrava um hashrate de 136,264,980 TH/s. Menos de 20 dias depois, em 17 de março, o poder de processamento da rede caiu para 82,285,031 TH/s, uma queda de quase 30% no hashrate.
Essa queda fica mais fácil de ser percebida quando olhamos o gráfico abaixo:
Trata-se do menor valor de processamento registrado em 2020, e isso preocupa.
- Veja também: 5 motivos para estar feliz por holdar Bitcoin hoje
Halving e queda no hashrate
Estamos muito próximos do halving, e isso é conhecimento geral. Contudo, o que nem todo mundo está pensando é que, com o advento do halving, a mineração passará a ser mais cara. A recompensa do bloco será reduzida pela metade, o que demanda que o Bitcoin escale de preço para manter a mineração viável (pelo menos baseado no custo atual da mesma).
Com o preço do Bitcoin em baixa, há menos interesse pela mineração. E isso é um problema, já que a tendência pós-halving (pelo menos nas primeiras semanas) é que a mineração caia.
Ou seja, com o advento da crise do coronavírus, a queda fulminante no preço e a redução da mineração, podemos estar antecipando um problema que teríamos que enfrentar apenas depois do halving.
Esse ponto fica muito bem explicado pelo analista britânico Ankit Chiplunkar, que mostra a correlação direta entre preço, mineração e halving:
1/4) Os preços do Bitcoin caíram 50% nas últimas 2 semanas, o que é economicamente difícil para os mineradores.
Para lidar com a receita reduzida, as mineradoras desligam o equipamento para reduzir custos, resultando em aumento do tempo do bloco.
O tempo médio diário do bloco aumentou em 60%
2/4) A redução da receita é causada por dois fatores:
– Os preços em queda do BTCUSD
– O aumento do tempo dos blocos acarreta em menos blocos minerados/menor recompensa
A recompensa do bloco em USD caiu 60% nas últimas 2 semanas.
3/4) Antpool, Slushpool e Huobi-pool são os mais afetados por essa queda de preço, reduzindo seus hashrates em 50%
4/4) A dificuldade do Bitcoin será ajustada em mais 5 dias e os tempos de bloco voltarão ao normal.
Mas esse evento nos deu uma prévia do que pode acontecer durante o halving em dois meses.
- Ouça nosso podcast: Giro Cripto #23 – “Circuit Breaker”, 18k Ronaldinho, Bitcoin abaixo de 6k e robô da Atlas sendo liquidado