Existem muitos aspectos pelos quais o mercado de ações vêm subindo, quando o mais natural seria vermos um crash em meio à pandemia de COVID-19.

Há algo curioso acontecendo com as ações neste mês. Enquanto a pandemia de COVID-19 avança pelo planeta com a economia enfrentando uma pausa, o mercado vem subindo uma vez que os preços de tais ativos já estão em alta há duas semanas – o que dá a sensação de que Wall Street está indo muito bem. O Índice Dow Jones acumula um aumento de 21.8% desde 23 de março.

Será que os investidores perderam a cabeça? Em vista disso, parece loucura. Como as ações podem estar subindo quando 10 milhões de pessoas nos EUA perderam seus empregos em apenas duas semanas? No dia 23 de março, quando a subida começou, o Morgan Stanley previu uma queda de 30% no PIB americano para osegundo quarto deste ano. Estamos olhando para danos econômicos da proporção dos que ocorreram na Grande Depressão.

Mercado subindo. Um aumento inadequado?

Para realmente dar uma ideia do quão estranha é essa subida nos mercados de ações, considere o seguinte: as 100 principais ações por capitalização de mercado na Bolsa de Londres subiram 2.19% na segunda-feira, enquanto o Primeiro-Ministro britânico Boris Johnson deu entrada em uma UTI devido a COVID-19. Isso não parece mero otimismo. Isso sequer lembra a característica e inconsequente euforia vista por ações em final de bull runs. Isso parece simplesmente desequilibrado.

Porém, a subida no mercado de ações na verdade faz sentido, por mais contraditório que pareça ser. Existem algumas razões para isso. A principal é que grandes movimentos como este sempre ocorrem durante bear markets. Ou como um escritor da coluna “Real Money” no The Street disse assim que a subida no mercado de ações começou, “O que você está vendo é uma clássica ação vista em bear markets.”

Quais são as perspectivas?

Além disso, o principal papel dos mercados é prever o futuro. A situação atual, com milhares de baixas todos os dias, juntamente com um lockdown até o fim de abril (de acordo com Donald Trump), já está precificada. Como lembrete, essa impressionante subida no preço veio após a queda de 30% mais rápida na história de Wall Street.

Contanto que não haja novas informações, a crise financeira pela COVID-19 irá passar e a economia se recuperará. Contudo, há muitas incertezas por esses dias. Cenários como a insolvência de grandes corporações, como o famoso colapso do Lehman Brothers lá em 2008, poderiam desequilibrar a balança.

Uma outra hipótese poderia vir de um prolongamento do lockdown, o que teria um impacto direto nos relatórios de ganhos e consumos para o segundo e terceiro trimestres de 2020.

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Princípios básicos de Bear Markets

Durante os chamados bear markets, os preços se movimentam fortemente para cima e devolvem tudo de novo. A brincadeira que circula por Wall Street é que “até um gato morto vai repicar se você jogá-lo de uma altura que seja suficiente para isso.” À medida que os mercados caem, há uma demanda por ações a um valor que guiam esses fortes movimentos. Mas não é suficiente deixar a capitulação ocorrendo até que a correção do mercado tenha acabado. No caso deste bear market, isso parece estar longe do fim.

Do topo ao fundo, o último bear market para ações nos EUA durou 17 meses. Isso foi de outubro de 2007 até março de 2009. A crise do subprime e mais algumas implosões de corporações na indústria financeira foram muito ruins mas não foram nem de perto tão devastadoras como a pandemia de COVID-19 e as medidas radicais tomadas por muitos governos mundo afora para contê-la.

Um pouco de estímulo favorecerá o Bitcoin

O outro fator que está abastecendo essa subida é o grande esforço para estímulos feito bor bancos centrais e governos do mundo todo. Os EUA liberaram 6 trilhões de dólares em estímulos fiscais e monetários como alívio emergencial. Isso sem dúvida impulsionou os mercados nos últimos dias. Todavia, nem mesmo medidas de estímulo extraordinárias foram capazes de reverter a crise financeira de 2008 por 17 meses. O movimento atual durará por muito mais tempo? Só o próprio tempo que dirá.

Caso dure, poderia ter um efeito positivo e elevar o preço de criptomoedas como o Bitcoin.

Fonte: Cryptopotato

O autor: Heslei de Oliveira

Entuasiasta da tecnologia blockchain desde 2017, faz de tudo um pouco quando se trata de criptomoedas - desde redação de artigos até fechamentos de acordos comerciais e de marketing. Um lema? Voa Bitcoin!