Como seria o Bitcoin sem o mercado asiático?

Mesmo estando em 2020, é interessante notarmos o quão importante é o mercado asiático para o Bitcoin.

Desde os primórdios do Bitcoin, a criptomoeda mais valiosa do mundo em termos de capitalização de mercado, o mercado asiático tem desempenhado um papel incrivelmente importante em sua ascensão. De relatos sobre mineração de Bitcoin por todo o Japão até o mercado chinês sendo responsável por 90% de todos os trades no mundo em 2017, quase não se poderia deixar de mencionar o Bitcoin e o mercado asiático no mesmo contexto.

Porém, se fosse possível estimar objetivamente um resultado preciso, teríamos os seguintes cenários com respeito a existência independente do Bitcoin perante os mercados do oriente.

Apenas 40% das atividades de mineração sobreviveria

Apesar dos esforços da Comissão Nacional de Reformas e Desenvolvimento (NDRC) em cessar as atividades de mineração na China, o país não só domina a produção mundial de hardware para mineração de Bitcoin como oito em dez das mais lucrativas pools de mineração estão na Ásia, com 40% da hashrate do Bitcoin vindo da Bitmain.

Em junho de 2019, a estimativa geral de mineração global de acordo com relatório da Coin Shares totalizou 60%, com tudo isso ocorrendo na China.

Volume de trade em criptomoedas certamente diminuiría

Não é novidade que as maiores corretoras de criptomoedas, como Binance, Bitfinex e um grande número de outras exchanges que estão surgindo estiveram/estão ao menos parcialmente sediadas na Ásia, apenas com filiais externas situadas fora do continente.

Entretanto, o que facilmente poderia passar batido é o fato de que desde 2018, mais de 40% das exchanges de criptomoedas recém-lançadas estão operando na Ásia. Isso quer dizer que até metade do volume de trade diariamente acumulado para o Bitcoin é proveniente de traders asiáticos. Novamente, teríamos outra queda drástica no volume de trade do Bitcoin, capitalização de mercado e preço geral sem o mercado de criptomoedas asiático.

Initial Coin Offerings (ICOs)

Ao passo que as ICOs ainda travam uma batalha com uma reputação manchada de servir como playground para scams, elas têm sido uma rota extremamente viável para investidores adquirirem moedas que ainda vão ser lançadas, com a Ásia sendo o alicerce dos financiamentos via ICO.

Só em 2018, Singapura lançou 228 ICOs. De fato, em 2017, quando a China proibiu as ICOs, o Bitcoin viu uma queda instantânea no preço na casa dos 26%. Um movimento de queda contínuo nessa direção resultaria em uma onda de baixa para muitas criptomoedas, principalmente o Bitcoin.

Initial Exchange Offerings (IEOs)

Em 2019, as IEOs inundaram o segmento de financiamentos para investidores cripto e exchanges asiáticas como Binance, Kucoin, Huobi, entre outras, abraçaram ativamente essa causa. Mais uma vez, Singapura lidera as estatísticas com mais de 130 milhões de dólares levantados a partir do lançamento de mais de 70 IEOs.

Conclusão

Cinco anos atrás parecia impossível imaginar que as moedas digitais pudessem prosperar sem descanso no mercado ocidental. Todavia, seis anos depois, uma moeda líder como o Bitcoin teria de lutar e muito para sobreviver sem o mercado asiático.

Fonte: Zycrypto

Foto de Heslei de Oliveira
Foto de Heslei de Oliveira O autor:

Entuasiasta da tecnologia blockchain desde 2017, faz de tudo um pouco quando se trata de criptomoedas - desde redação de artigos até fechamentos de acordos comerciais e de marketing. Um lema? Voa Bitcoin!