Hidroxicloroquina pode ser a tão sonhada cura da COVID-19?
Até agora, a hidroxicloroquina não está à altura do hype.
A hidroxicloroquina, droga usada no tratamento da malária, tem sido apontada por alguns, incluindo os presidentes Trump e Bolsonaro, como uma cura quase milagrosa para a COVID-19. Mas novas evidências preliminares sugerem que os pacientes com coronavírus não se saem melhor com a droga do que com o tratamento padrão.
Pesquisadores no Irã realizaram seis estudos, incluindo pequenos estudos da França e da China, que sugeriram que o medicamento poderia ajudar no tempo de recuperação. Todos os seis estudos compararam a hidroxicloroquina com o tratamento padrão, que pode incluir monitoramento, fluidos, oxigênio e outros cuidados de suporte, conforme necessário. Em todos os estudos, não houve diferenças estatisticamente relevantes nos resultados dos pacientes que tomaram hidroxicloroquina e dos que não tomaram, relataram os cientistas em 20 de abril no medRxiv.org.
Um número pequeno de pessoas que tomaram a droga mostraram pulmões mais claros em comparação com o tratamento padrão. E depois de tomar o medicamento, o material genético do vírus também foi detectado em um número ligeiramente menor do que em pessoas que não tomaram o medicamento. Mas também houveram efeitos colaterais mais leves, como erupções cutâneas e dores de cabeça, no grupo que tomou hidroxicloroquina. Os pesquisadores alertam que haviam poucos pacientes nos estudos para chegar a uma conclusão definitiva sobre o resultado do medicamento.
Enquanto isso, pesquisadores da Carolina do Sul e da Virgínia examinaram registros de 368 pacientes do sexo masculino com COVID-19 internados nos centros médicos da Administração de Saúde dos Veteranos dos EUA entre 9 de março e 11 de abril. Esse estudo também não apontou benefício em tomar a hidroxicloroquina sozinha ou até mesmo em combinação com a azitromicina. A azitromicina é um antibiótico que também atua como anti-inflamatório. Alguns estudos estão testando-o em combinação com a hidroxicloroquina.
Essa equipe também descobriu que houveram mais mortes entre os homens que tomavam hidroxicloroquina em relação aos que não tomavam o medicamento. Mesmo assim, hidroxicloroquina mais azitromicina não foram associadas a uma taxa de mortalidade mais alta.
A hidroxicloroquina impediu o coronavírus de infectar células de macaco em testes de laboratório (SN: 3/19/20). O medicamento é usado no tratamento de pessoas com doenças auto-imunes; portanto, os pesquisadores esperam que ele também acalme reações imunológicas hiperativas que danifiquem os pulmões e outros órgãos em pacientes com COVID-19 gravemente enfermos.
Sabe-se que a hidroxicloroquina pode afetar o coração levando a ataques cardíacos repentinos e até mesmo cegueira.
Fonte: sciencenews
Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.