“Febre do Bitcoin” chama a atenção de legisladores na Nigéria
A Nigéria tem sido um lugar movimentado quando se trata de transações de bitcoin, pelo menos em comparação aos outros países africanos.
Agora, os legisladores do país do oeste africano querem examinar as moedas digitais para determinar se elas se encaixam ou não na economia nigeriana, conforme informado pelo Bloomberg. Tais preocupações vieram à tona durante uma sessão do senado nigeriano ocorrida anteriormente nesta semana, em Abuja, onde o bitcoin foi o assunto mais falado.
Millennials africanos estão especialmente entusiasmados com o bitcoin, segundo a BBC, inclusive em Lagos, onde o bitcoin é tratado não só como forma de investimento, mas como forma de emitir pagamentos para fora do país. Contudo, é possível que isso se torne mais difícil no futuro, dependendo da decisão do senado.
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Segundo o presidente do senado nigeriano, Ike Ekweremadu:
“O Comitê do Senado sobre Bancos, Seguros e outras Instituições Financeiras iniciará uma investigação sobre a viabilidade do bitcoin como forma de investimento, juntamente com recomendações sobre como controlar seu uso e suas trocas.”
Alguns legisladores não concordam com as negociações utilizando bitcoin em solo nigeriano. Segundo o senador Benjamin Uwajumogu, os investidores se envolvem com a critpomoeda por estarem “persuadidos” por retornos monetários rápidos.
O senado nigeriano caminha na direção do banco central do país, que recentemente afirmou ao Bloomberg que trocas de bitcoin se assemelham a um jogo de azar, afirmando que o Banco Central da Nigéria não apoia este tipo de comportamento arriscado.
Cautela foi o tom adotado pelos legisladores nigerianos desde o último ano, quando o banco central ofereceu empréstimos durante a volatilidade do valor do bitcoin, e sua propensão para lavagem de dinheiro.
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Aparentemente, o banco nigeriano é agnóstico à moedas digitais, tendo alertado que bitcoin, Monero, Litecoin e outras altcoins não são reconhecidas como moedas legais no país e, consequentemente, quaisquer transações envolvendo as mesmas são feitas à discricionariedade do banco.
O banco central até mesmo ofereceu empréstimos, solicitando que as pessoas fiquem longe de moedas digitais antes de uma “regulamentação substantiva ou decisão dos legisladores”. Parece que esta hora chegou, já que o senado planeja publicar suas recomendações dentro de algumas semanas.
Afinidade com Bitcoin
Sem regulamentação formal até agora, traders formaram seus próprios grupos, a fim de implementar padrões para trocas envolvendo bitcoin. Eles tinham que fazer algo, dada sua afinidade com as trocas de criptomoedas, bem como para agir mediante os esquemas de fraude que se espalharam e tomaram milhões de dólares de nigerianos. Tais esquemas atingem em cheio a população nigeriana, cuja renda per-capita anual fica abaixo de $3000.
Desta forma, os traders, através do aplicativo Telegram, criaram seus próprios protocolos de Know-Your-Customer (KYC), onde grupos interessados em adentrar o mercado são examinados, algumas vezes pessoalmente, antes de se juntarem ao grupo, que hoje conta com 800 membros.
Enquanto isso, o destino das trocas envolvendo bitcoin na Nigéria está fora de suas mãos.
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Fonte: CCN.com
Edição: Webitcoin