Ex-baterista do Guns N’ Roses utiliza as criptos para mudar a indústria da música
Matt Sorum, ex-baterista das bandas de rock Guns N’ Roses e Velvet Revolver, se aliou a um novo projeto, chamado Artbit, emprestando a ele seu nome e sua experiência. Os esforços do projeto se dão no sentido de eliminar a figura intermediária que fica entre os artistas e os consumidores.
Leia mais: Quais as taxas VOCÊ precisa conhecer antes de operar com criptomoedas
Matt Sorum quer que os artistas recebam o que têm direito
O astro do Rock and Roll, Matt Sorum, explicou em uma entrevista concedida ao Yahoo Finance:
“Meu interesse é eliminar a figura do intermediário. Isso é algo que paira sobre as mentes dos artistas há anos. Existem todas essas pessoas que você deve pagar na indústria. Com o blockchain, imagine se você pudesse comprar uma música por 99 cents e o dinheiro fosse automaticamente distribuído para todos os que contribuíram com a canção — o produtor, todos os seus compositores. Com esta tecnologia, o dinheiro é automaticamente transferido para as carteiras de todos os envolvidos, sem a necessidade de uma conta bancária que gera dinheiro e interesse para outras pessoas.”
Pode ser difícil entender o quanto a indústria da música mudou em um curto período de tempo. Durante boa parte da história da música pop, a distribuição se baseou basicamente através de estações de rádios licenciadas. Isto fez com que surgisse um cartel, semelhante à indústria de táxis, tendo em vista que as licenças eram compradas, dando origem também a uma indústria de gravadoras. Estas duas indústrias trabalharam lado a lado para criar mercados manipuláveis.
Leia mais: Grande banco canadense pretende tornar condições de crédito transparentes através de blockchain
A mesma coisa se aplica aos shows realizados por artistas, eis que as estações de rádio e as gravadoras começaram a sugar os lucros, limitando praticamente toda a disponibilidade destes artistas. Este sistema, mais ou menos da forma descrita acima, durou até meados dos anos 90. A chance de ouvir um artista com dificuldades, alguém cujos trabalhos poderiam agradar tanto ou mais os fãs do que os produtos das gravadoras, era quase zero – gravadoras, estações de rádio, promotores de show, e posteriormente a Music Television (MTV) tinham um mercado muito lucrativo em suas garras.
Com o advento da distribuição de arquivos P2P, trazido pela internet, os alicerces desta indústria foram abalados. Em 2018, é certo que a indústria conforme descrita acima ainda existe de alguma forma, contudo, ela é apenas um esboço de sua antiga versão. Sorum tem uma perspectiva única neste sentido. Ele conseguiu sobreviver no antigo sistema, e foi muito bem sucedido tocando em bandas como The Cult, Guns N’ Roses e Velvet Revolver. Ele está emprestando seu nome e sua experiência para um projeto de pagamento e sediamento de shows chamado Artbit, visando acabar de vez a antiga indústria.
Leia mais: Peter Thiel: Bitcoin será o equivalente online do ouro
Eliminando o intermediário
“Toda essa economia das criptos, isso é o futuro. Para mim, é como o novo rock and roll… Tirar o intermediário já foi feito por empresas como Airbnb e Uber. A comunidade comanda o mundo agora. De forma direta. Tradicionalmente, o que aconteceu na indústria da música durante décadas foi pagar o artista por último. Com o Artbit, faremos com que ele seja a primeira pessoa a ser paga,” disse Sorum.
Artbit foi construído sobre uma plataforma de ledger distribuído, Hashgraph, um substituto controverso do blockchain. É uma forma de trazer os smart contracts à indústria da música e além dela. Sorum espera poder criar o que a companhia chama de “curadoria pública”, algo que se atinge essencialmente através da eliminação do intermediário. A forma como isto será feito ainda não está totalmente clara, mas a companhia explica que artistas serão pagos de forma automática e direta. Utilizando uma carteira, não haverá nenhum intermediário entre artista e consumidor, as transações serão P2P.
O ex-baterista do Guns N’ Roses salienta:
“Como todos nós sabemos, em plataformas como o Spotify, apenas uma pequena porcentagem dos artistas consegue fazer algum dinheiro. Qualquer artista novo tem que trabalhar muito duro para chegar à primeira página de uma plataforma com o Spotify — e, mesmo nesse ponto, você não consegue monetizar seu trabalho. Com o Artbit, as pessoas terão acesso direto, poderão expor seu trabalho online imediatamente, não serão veiculados diversos anúncios e terão uma comunidade através da qual eles poderão monetizar suas obras – sem intermediário, com pagamentos diretos, através de uma carteira, através de criptomoedas, através de uma comunidade sã e salva, baseada em Hashgraph.”
Se tudo der certo, a companhia planeja expandir e incluir algo parecido com uma ICO. É uma jogada arriscada mediante o ambiente regulatório vivido atualmente, tendo em vista que Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos tem sido particularmente agressiva em relação a ICOs, principalmente aquelas apoiadas por celebridades (o artista de rua Shepard Fairey também é um assessor do projeto).
O lançamento formal do Artbit está previsto para este ano. E, embora ainda não seja exatamente uma tendência, o projeto também não é uma ideia nova: a gravadora underground Arena experimentou um formato semelhante, e o Ziro Music Festival da Índia também deu uma chance às criptos no ano passado.
Fonte: Bitcoin.com
Edição: WeBitcoin